O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, pediu na sexta-feira (29) que o novo governo dos EUA aumente a pressão sobre os talibãs e não se apresse em retirar mais tropas.
Ghani disse que os talibãs não cumpriram as condições acordadas em seu pacto de fevereiro de 2020 com os Estados Unidos para reduzir seus ataques no país e cortar seus laços de longa data com a Al Qaeda.
“Os Estados Unidos e a OTAN devem adotar uma postura muito forte na abordagem baseada em condições”, disse Ghani durante um discurso online no Fórum de Segurança de Aspen.
“Eles assinaram um acordo; agora é preciso implementar esse acordo”.
Apesar dos negociadores talibãs e do governo afegão terem aberto suas negociações de paz em Doha no ano passado, a violência no Afeganistão aumentou.
Ghani disse que os talibãs deve admitir que atacou as forças do governo, bem como vários assassinatos de figuras públicas.
Os talibãs aproveitaram a pressa do presidente anterior, Donald Trump, para remover as forças dos EUA do Afeganistão e continuar atacando as forças do governo, sugeriu Ghani.
Após o acordo alcançado entre os talibãs e os Estados Unidos no ano passado, Washington garantiu a Cabul “que haverá um cessar-fogo ou uma redução muito significativa da violência”, lembrou o presidente.
“Pelo contrário, a violência atingiu o seu ápice”.
E ao invés de continuar as negociações de paz de boa fé, “os talibãs encontram uma desculpa após a outra para não se reunir”, acrescentou.
Ghani também disse que na quinta-feira falou com o novo secretário de Estado, Antony Blinken, e que lhe foi assegurado que o novo governo Biden revisará essas questões enviando uma nova equipe ao Afeganistão e que consultará mais de perto Cabul.
“Não poderíamos estar mais satisfeitos com a atenção precoce e sistemática, e o diálogo entre dois parceiros que se sacrificaram e têm um interesse comum”, valorizou.