O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, chamou de “ato terrorista” a explosão que matou uma pessoa e deixou cinco feridos no sábado em Kampala, capital do país do leste da África, cenário de atentados executados por grupos extremistas.

“Parece ser um ato terrorista, mas encontraremos os autores”, escreveu Museveni no Twitter.

O chefe de Estado foi informado que três pessoas deixaram um pacote no local pouco antes da explosão.

O ataque aconteceu no sábado à noite em uma rua com muitos restaurantes populares do bairro de Kawempe, na zona norte de Kampala.

“A população não deve ter medo, vamos derrotar os criminosos como derrotamos todos os crimes cometidos por estes porcos que não respeitam a vida”, completou o presidente.

O toque de recolher nacional contra o coronavírus começa às 19H00 em Uganda, mas não é respeitado de maneira uniforme.

No dia 8 de outubro, o grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou um atentado com bomba contra uma delegacia de Kawempe, perto do local da explosão de sábado.

Desde então, Reino Unido e França alertaram seus cidadãos para possíveis atentados e pediram a Uganda que vigie os locais mais movimentados, incluindo restaurantes, bares e hotéis.

Em agosto, Uganda afirmou ter impedido um ataque suicida durante o funeral nacional de um alto comandante do exército, Paul Lokech, que havia liderado a luta na Somália contra os rebeldes islamitas Al Shabab, vinculados à Al-Qaeda, como comandante na operação da União Africana neste país.

Lokech também participou na República Democrática do Congo (RDC) em uma operação do exército de Uganda contra as Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo rebelde muçulmano que surgiu em Uganda, mas que estabeleceu presença durante quase 30 anos na RDC, onde é acusado pela morte de milhares de civis.

O presidente de Uganda atribuiu a tentativa de ataque no funeral do general Lokech aos “terroristas das ADF”.

O EI apresenta as ADF como seu braço na África central. Em março, o governo dos Estados Unidos incluiu este grupo na lista de “organizações terroristas vinculadas ao ISIS”.

Em julho, a polícia de Uganda prendeu quatro suspeitos e matou um quinto na investigação da tentativa de assassinato do ministro dos Transportes e ex-comandante do exército, general Edward Katumba Wamala, uma ação atribuída a uma “célula terrorista”.

Os suspeitos treinaram com as ADF na RDC e “começaram a reativar células terroristas locais” em Uganda, informou a polícia.

O general Katumba Wamala foi ferido a tiros em 1º de junho em Kampala por motociclistas encapuzados. O ataque matou sua filha e um de seus seguranças.

Em 2010, dois atentados em Kampala contra torcedores que assistiam a final da Copa do Mundo deixaram 76 mortos. Os ataques foram reivindicados pelo Al Shabab.