O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, anunciou que seu governo vai propor um gasto adicional de US$ 40 bilhões em defesa, distribuído ao longo de vários anos, para dissuadir uma possível invasão chinesa.
Pequim afirma que a ilha faz parte do seu território e ameaçou usar a força para retomá-la. “Nosso objetivo é reforçar a dissuasão introduzindo custos maiores e incerteza na tomada de decisões de Pequim sobre o uso da força”, explica Lai em um artigo publicado nesta terça-feira (25) no jornal Washington Post.
O presidente, que lidera o Partido Democrático Progressista (PDP), já havia apresentado planos para aumentar o gasto anual com defesa para mais de 3% do PIB no ano que vem e 5% até 2030, após a pressão dos Estados Unidos para que ele invista mais na proteção contra um eventual ataque chinês. O governo propôs cerca de US$ 30 bilhões (R$ 161,5 bilhões), equivalentes a 3,32% do PIB, para os gastos do próximo ano.
O novo plano de gasto adicional anunciado no Washington Post seria dividido em vários anos e supera os US$ 32 bilhões revelados antes à AFP por um legislador do PDP.
“Esse pacote histórico não apenas vai financiar aquisições importantes de armas novas dos Estados Unidos, mas também melhorar as capacidades assimétricas de Taiwan”, afirmou Lai.
É possível, no entanto, que o governo tenha dificuldade para obter a aprovação do gasto proposto pelo Parlamento, já que o principal partido de oposição, o Kuomintang, que defende laços mais estreitos com a China, controla as finanças, com a ajuda do Partido Popular de Taiwan.
O recém-eleito presidente do Kuomintang, Cheng Li-wun, já se opôs aos planos de gastos com defesa de Lai, afirmando que Taiwan “não tem tanto dinheiro”.
joy-amj/rsc/arm/atm/lb