O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, na Grande São Paulo, Cícero Firmino da Silva, o Cícero Martinha, foi acusado de xingar um funcionário antes de demiti-lo. De acordo com o porteiro Osvaldo Pereira Lopes, o Grapiúna, ele foi chamado de “João Ninguém”, “imprestável”, “traidor”, “lixo” e “nego idiota”, em 17 de agosto. As informações são do G1.
A Polícia Civil instaurou inquérito policial em dezembro para investigar a denúncia. O caso é apurado como injúria racial.
“Martinha me xingou de ‘lixo’ e ‘nego idiota’, além de ter dito outras ofensas”, afirmou Grapiúna, que trabalhava na portaria do sindicato desde 2018. “Eu não sei o motivo de ele ter me ofendido assim.”
Ao G1, o presidente da entidade negou a acusação de racismo e alegou que o demitiu junto a outros funcionários porque a receita do sindicato reduziu nos últimos anos. “Isso nunca aconteceu [os xingamentos]. Sou contra a discriminação racial e de gênero”, falou o sindicalista.
Apesar da demissão ter ocorrido em agosto, Grapiúna formalizou a queixa contra Martinha apenas no último dia 23 no 1º Distrito Policial (DP) de Santo André. Conforme o porteiro, ele só denunciou o caso agora porque temia represálias por parte de Martinha durante o processo de seu desligamento do sindicato.
“O racismo e assédio moral e humilhações sofridos por mim, não foram divulgados anteriormente por eu estar com receio de não receber minhas verbas rescisórias que foram parceladas, meus direitos trabalhistas”, afirmou o ex-empregado.
Segundo o G1, o presidente do sindicato se mostrou “surpreso” sobre a denúncia de injúria racial feita pelo ex-funcionário. “Não estou entendendo porque ele fez essa denúncia. Só posso suspeitar que possa ser por algum motivo político, de pessoas influenciando ele a me atacar”.