Presidente de Portugal dissolve Parlamento e convoca eleições antecipadas

Presidente de Portugal dissolve Parlamento e convoca eleições antecipadas

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou nesta quinta-feira (13) a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições antecipadas para 18 de maio, após a queda do governo de Luís Montenegro na terça-feira devido a um suposto caso de conflito de interesses.

Em um pronunciamento na televisão, o presidente conservador justificou a decisão como uma medida para garantir a estabilidade do país e afirmou que 18 de maio foi “a data preferida pela maioria dos partidos”.

“Ninguém esperava e, sobretudo, […] ninguém queria” eleições antecipadas em um contexto internacional complicado, assegurou.

Na terça-feira, o primeiro-ministro Luís Montenegro, do Partido Social-Democrata (PSD, centro-direita), envolvido em uma polêmica com empresas de sua família, teve que renunciar após não obter o apoio da maioria dos deputados.

A crise foi provocada por uma empresa de propriedade de sua esposa e filhos, que tinha contratos com várias empresas privadas, incluindo um grupo cuja atividade está sujeita a concessões feitas pelo Estado.

Após reunir-se com os líderes dos partidos do Parlamento e com os membros do Conselho de Estado, o presidente descartou a ideia de tentar encontrar um novo premiê e optou por convocar eleições antecipadas, as terceiras legislativas desde janeiro de 2022.

No início de 2024, Montenegro, de 52 anos, sucedeu ao socialista António Costa, que já havia renunciado em novembro de 2023 por um caso de suposto tráfico de influências.

Costa, que sempre negou qualquer irregularidade, tornou-se presidente do Conselho Europeu em junho de 2024.

Após oito anos de governo socialista, a Aliança Democrática (AD, direita moderada) liderada pelo PSD de Montenegro venceu as últimas eleições legislativas há um ano, com 28,8% dos votos e 80 deputados de um total de 230, enquanto o Partido Socialista (PS) ficou com 28% dos votos e 78 assentos.

Montenegro já disse que será candidato à sua própria sucessão. “Não vou desistir, […] estou aqui para dar e durar”, declarou na quarta-feira.

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