LISBOA, 5 NOV (ANSA) – O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou nesta quinta-feira (4) a antecipação das eleições gerais para 30 de janeiro. A decisão acontece após o Parlamento rejeitar a lei de orçamento para 2022 e, consequentemente, acabar com o apoio ao governo do premiê Antonio Costa.
“Em momentos como esse, sempre há uma solução da democracia, sem nenhum drama ou medo, para devolver a palavra ao povo. […] O ano de 2022 será decisivo para a economia e para a saída da crise da Covid-19”, disse Sousa durante o anúncio.
Um dia antes, o Conselho de Estado havia aprovado a dissolução do Parlamento por conta do impasse, mas o atual governo continuará no comando do país de maneira provisória até as eleições.
A antecipação do pleito ocorre porque Costa perdeu o apoio dos outros dois partidos de esquerda que sustentavam o mandato socialista há pouco mais de seis anos. Com isso, o Partido Socialista (PS) não teve mais a maioria no Parlamento.
Com o anúncio do presidente, Costa disse que irá fazer uma campanha para “ter uma maioria reforçada, estável e duradoura”.
Já a direita também apresenta muitas divisões, indicando que, mesmo com o pleito, o país pode continuar a viver um período político conturbado por falta de maioria.
Segundo uma pesquisa de opinião feita pela Aximage para os sites “Diário de Notícias” e “Jornal de Notícias” e para a rádio “TSF”, a maior parte dos portugueses concordou com a dissolução do Parlamento (59%), mas consideram a ação ruim para o país (54%).
Sobre o novo pleito, dois terços dos entrevistados (67%) disseram que vão votar em um dos três partidos de esquerda que formavam o antigo governo, com a maioria dos votos indo para o PS (28%). (ANSA).