O presidente de LaLiga, Javier Tebas, lembrou nesta quinta-feira, após a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) sobre o projeto da Superliga de futebol, que ainda é preciso esperar pela decisão do tribunal espanhol, que iniciou o procedimento.

O TJUE remete “ao tribunal espanhol para tomar uma decisão sobre se as regras que a Uefa tem atualmente para autorizar competições cumprem as regras de transparência e não discriminação”, disse Tebas à comunicação social.

“Teremos de esperar por uma decisão do tribunal espanhol, onde na minha opinião a Uefa não terá qualquer problema em demonstrar o que lhe é pedido”, insistiu o presidente de LaLiga durante a cerimônia de posse do novo presidente do Conselho Superior do Desporto, José Manuel Uribes.

O TJUE considerou nesta quinta-feira que as regras da Uefa relativas à autorização de outros torneios como a Superliga Europeia eram contrárias ao direito da concorrência.

O tribunal, que regulamenta as regras da Fifa e da Uefa em vigor em 2021, no momento do lançamento do procedimento, considera que as competências destas duas organizações não têm sido acompanhadas de “critérios que permitam garantir seu caráter transparente, objetivo, não discriminatório e proporcional”, razão pela qual considera que “estão abusando da sua posição dominante”.

– Regras modificadas –

O TJUE especifica, no entanto, que isso não significa que o projeto da Superliga “deva necessariamente ser autorizado”, sublinhando que se pronuncia de forma geral sobre as regras da Fifa e da Uefa, e não sobre esse “projeto específico”.

Tebas, que afirmou que a Uefa alterou as suas regras em 2022 para autorizar competições, lembrou que a decisão tomada pelo tribunal espanhol “pode ser objeto de recurso e cassação para o Supremo Tribunal”, considerando assim que ainda resta “uma distância mínima de oito anos para a Superliga” antes de uma implementação hipotética.

A decisão do TJUE tem sua origem no pedido de um Tribunal do Comércio de Madri para que a justiça europeia determine se a Uefa abusa de uma “posição dominante” ao tentar sancionar os promotores daquele torneio, que recorreram à justiça espanhola.

“Apenas um clube apoiou (o presidente do Real Madrid) Florentino (Pérez)”, disse Tebas em referência ao Barcelona.

– “Erro estratégico do Real Madrid” –

“Vão montar o torneio bilateral, será um jogo Barça-Madrid todas as semanas. Veremos os clubes que saem. Mas a Superliga não foi autorizada, que era o que se pretendia”, concluiu.

Barcelona e Real Madrid são os dois últimos times que permanecem no projeto, após a saída de dez clubes.

Tebas, que considerou que a Superliga “seria um fracasso econômico a médio prazo”, acredita que o Real Madrid está nesta iniciativa devido a “um profundo erro estratégico na forma de lutar contra os clubes estados, ou não lutar, mas sim como é possível competir contra a Premier League”.

“Eles constroem isto para lutar e criar uma competição em que os clubes possam competir com os clubes da Premier League, mas o Real Madrid consegue fazê-lo perfeitamente e estamos vendo isso na Liga dos Campeões, onde há quatro clubes espanhóis”, explicou o presidente de LaLiga em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira.

“No âmbito do esporte na elite não é só muita receita, há outras circunstâncias desportivas e também econômicas que o tornam mais competitivo”, disse Tebas, repetindo que é “um erro estratégico”.

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