A presidente de Honduras, Xiomara Castro, denunciou, nesta terça-feira (9), uma “adulteração” dos resultados das eleições em seu país e condenou a “interferência” de seu par americano, Donald Trump, que apoia um candidato de direita.
Prestes a ser concluída, a apuração das eleições presidenciais é liderada pelo conservador Nasry Asfura, favorito de Trump, com uma vantagem estreita sobre o também direitista Salvador Nasralla, que afirma ser vítima de uma “fraude”.
“O povo compareceu e participou corajosamente e decidido nas urnas, mas vivemos um processo marcado por ameaças, coação, manipulação do TREP (sistema de resultados preliminares) e adulteração da vontade popular”, disse Castro durante um ato público na cidade de Catacamas.
“Essas ações constituem um golpe eleitoral em curso e vamos denunciá-lo” em instâncias internacionais, acrescentou a presidente em sua primeira declaração após as eleições, marcadas por atrasos na apuração devido a sucessivas falhas técnicas.
A candidata governista de esquerda, Rixi Moncada, que também denunciou uma “fraude”, ficou em um distante terceiro lugar em relação aos líderes.
Castro acrescentou que os resultados das eleições “estão viciados de nulidade” desde a própria campanha.
“Condeno a ingerência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quando ameaçou o povo hondurenho que, se dessem o voto a uma valente e patriota candidata do partido Libre, Rixi Moncada, teriam consequências”, declarou.
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