O presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, destituiu, nesta quarta-feira (15), a cúpula de segurança – um ministro e dois vice-ministros -após a fuga de 20 presos perigosos de uma gangue declarada “terrorista” pelos Estados Unidos.
A fuga dos presos da gangue Barrio 18, classificada como “inaceitável” pelos Estados Unidos, veio à tona no domingo, quando Arévalo fazia uma viagem à Europa.
“Decidi realizar mudanças na equipe a cargo das tarefas de segurança”, disse o presidente guatemalteco em um pronunciamento ao país, ao anunciar a saída do ministro de Governança (Interior), Francisco Jiménez, e dos dois vice-ministros.
A fuga provocou a pior crise do governo Arévalo, que começou em janeiro de 2024, pois diversos setores sociais e empresariais criticaram o governante pelas falhas na segurança e pelo silêncio que manteve até esta quarta-feira.
O mandatário disse que, nos próximos dias, divulgará os nomes dos substitutos de Jiménez, bem como dos vice-ministros Claudia Palencia e José Portillo.
Além disso, o governante social-democrata anunciou que o corpo de engenheiros do Exército guatemalteco construirá uma prisão de segurança máxima com capacidade para 2 mil detentos, que começará a funcionar dentro de um ano.
Arévalo afirmou que manteve reuniões de trabalho com autoridades de outros países para “determinar o melhor curso de ação, sabendo que a segurança da Guatemala é crucial e que não há tempo a perder”.
O dirigente centro-americano comentou que o governo buscará assegurar que as prisões “sirvam como centro de cumprimento de penas e não como universidades do crime”.
Após a fuga, o governo reforçou a segurança nas prisões e fronteiras com El Salvador, Honduras e México, mas, até agora, só um dos criminosos foi recapturado. Ademais, ofereceu uma recompensa por informação que permita sua prisão.
Em 23 de setembro, os Estados Unidos declararam como organização “terrorista” a gangue Barrio 18, depois de realizar a mesma medida meses antes com a Mara Salvatrucha (MS-13).
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