26/07/2021 - 17:22
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, comemorou o feriado deste 26 de julho com um apelo à paz, ao trabalho e à unidade do país, realizando trabalho voluntário com jovens apoiadores, 15 dias depois dos protestos contra o governo da Ilha.
“Parabéns a todos os cubanos! Obrigado, queridos amigos do mundo! Hoje é 26! Reitero meu apelo à paz, ao trabalho, à unidade e a avançarmos juntos!”, Disse Diaz-Canel no Twitter na segunda-feira.
Em 26 de julho, o assalto ao quartel Moncada em Santiago de Cuba, liderado em 1953 por Fidel Castro, deu início à revolução contra o regime de Fulgencio Batista.
Nos bairros de Havana, pequenas comemorações foram realizadas com público limitado devido à crescente onda de covid-19, que no final desta segunda-feira somou 8.184 novos casos e 66 mortes em 24 horas, um dos maiores números desde que foi divulgado o primeiro contágio na ilha de 11,2 milhões de habitantes.
Em meio ao aumento da vigilância em algumas áreas da cidade, não houve presença de manifestantes, apesar das convocações isoladas, duas semanas após os protestos inéditos em 40 cidades que deixaram um morto, dezenas de feridos e centenas de detidos.
Junto com outras autoridades, Díaz-Canel, primeiro-secretário do Partido Comunista (PCC, único), realizou trabalho agrícola com cerca de 100 jovens em Fontanar, bairro da periferia de Havana.
Os jovens “querem melhorar suas condições de vida e não encontram uma solução imediata para suas expectativas”, disse o general aposentado Fabián Escalante em um artigo publicado nesta segunda-feira pelo Cubadebate.
“Há um setor jovem e despolitizado da população (devido ao nosso ineficiente trabalho político e patriótico) que não entende a necessidade de resistência às políticas imperiais”, acrescentou Escalante, que foi chefe da inteligência cubana durante os anos difíceis da Guerra Fria.
Ele admitiu que “a explosão social ocorrida” no país “surpreendeu a todos e não por falta de evidências e indícios”.
Em sua reflexão, Escalante admite que os governantes “também têm responsabilidades pelos erros cometidos, que exigem uma análise autocrítica, não apenas referências marginais”.
“A passividade nos torna cúmplices de erros e tendências negativas”, diz o general, que apelou ao combate à “corrupção, burocracia, preguiça”, além da “desconfiança, falta ou ausência de controle administrativo e político” e “orientações vazias e formais”.