O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, que está no poder desde 1994, anunciou que disputará as eleições de 2025 no país, que neste domingo (25) celebra uma votação parlamentar que a oposição chama de farsa.

Belarus, vizinho e aliado da Rússia, celebra sua primeira votação nacional desde os grandes protestos que abalaram o país após as eleições presidenciais de 2020, vencidas por Lukashenko.

“Comunico que me apresentarei às eleições (de 2025)”, declarou Lukashenko, em um canal de redes sociais administrado por sua equipe. Se completar outro mandato, ele totalizará 36 anos no poder.

O presidente, acusado de fraude nas últimas eleições, iniciou uma onda de repressão contra a dissidência, com centenas de pessoas detidas e milhares forçadas ao exílio.

A votação deste domingo acontece sem a participação da oposição. Os críticos de Lukashenko no exílio convocaram os bielorrussos a boicotar as eleições.

O grupo de defesa dos direitos humanos Viasna afirma que Belarus tem atualmente 1.419 presos políticos.

A líder da oposição no exílio, Svetlana Tikhanoskaya, chamou a votação de “farsa”, em um vídeo divulgado nas redes sociais.

“Que fique claro que a tentativa do regime militar de utilizar esta farsa de eleição para legitimar seu poder não terá sucesso”, afirmou.

Os Estados Unidos, por sua vez, denunciaram uma “simulação de eleições legislativas”.

“É impossível realizar uma votação livre e justa em meio a um ambiente de medo e com mais de 1.400 presos políticos”, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

Belarus está ainda mais isolada desde que Lukashenko permitiu que a Rússia utilizasse o território do país no início da ofensiva contra a Ucrânia, há dois anos.

O regime de Minsk depende de Moscou em termos políticos e econômicos. “Sempre estaremos ao lado da Rússia”, insistiu o líder neste domingo.

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