DACA (Reuters) – O presidente de Bangladesh dissolveu o Parlamento nesta terça-feira, abrindo caminho para a formação de um governo interino, um dia depois que a primeira-ministra Sheikh Hasina renunciou e fugiu do país após uma violenta repressão a uma revolta liderada por estudantes.

Um comunicado do gabinete do presidente Mohammed Shahabuddin também informou que a arquirrival de Hasina, a presidente do Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP), Begum Khaleda Zia, ex-primeira-ministra, havia sido libertada da prisão domiciliar.

Os manifestantes estudantis ameaçaram mais protestos se o Parlamento não fosse dissolvido. A decisão foi tomada após reuniões com os chefes das forças de defesa, líderes de partidos políticos, líderes estudantis e alguns representantes da sociedade civil, segundo a declaração presidencial.

A fuga de Hasina na segunda-feira encerrou seu segundo período de 15 anos no poder. Ela governou o país por 20 dos últimos 30 anos, tendo herdado o movimento político de seu pai, o fundador do Estado, Mujubur Rahman, que foi assassinado em 1975.

O chefe do Exército de Bangladesh, general Waker-Uz-Zaman, se reuniria com líderes estudantis para discutir a formação de um governo interino que deverá realizar eleições logo após assumir o poder.

Zaman anunciou a renúncia de Hasina na segunda-feira. Hasina voou para a Índia e está hospedada em uma casa segura nos arredores de Nova Délhi.

(Reportagem de Ruma Paul em Daca, Sudipto Ganguly em Mumbai e Kanjyik Ghosh em Bengaluru)