O presidente da Uefa, o esloveno Alexander Ceferin, pediu à International Board (Ifab), entidade que discute e define as regras do futebol, um uso mais claro do árbitro de vídeo (VAR), uma ferramenta que a confederação europeia pretende aplicar nas próximas etapas de classificação da zona europeia.

“Há algumas coisas que não estão claras e gostaríamos que elas fossem esclarecidas”, disse Ceferin em entrevista coletiva após uma reunião do comitê executivo da UEFA, nesta quarta-feira em Nyon, na Suíça.

“Por exemplo, no impedimento: a linha é muito fina e é traçada pelos VARs (árbitros assistentes de vídeo). Portanto, uma linha subjetiva para determinar um fato objetivo é algo que falta um pouco. As mãos tampouco estão claras”, disse ele.

Ceferin citou um terceiro exemplo, que se refere à decisão de um árbitro de anular um gol devido a um pênalti anterior cometido na outra área.

Aconteceu, por exemplo, no final de novembro, na partida da Liga dos Campeões entre Inter de Milão e Slavia de Praga. Os italianos acharam que estavam vencendo por 2 a 0 depois de marcar um gol, mas o resultado foi 1 a 1 devido a um pênalti a favor dos tchecos segundos antes. Mas essa jogada não teve efeito no resultado final (3-1 para a Inter).

Ceferin disse, no entanto, que a Uefa não pretende desistir do uso do VAR, mas apenas pretende melhorá-lo: “Temos que tornar a tecnologia mais clara, rápida e menos invasiva”.

“O jogo está mudando e tememos que mude demais”, acrescentou Ceferin, que planeja expor todo esse ponto de vista em um relatório que enviará à Ifab.

Este órgão se reunirá em 29 de fevereiro na Irlanda do Norte e poderá decidir novas mudanças ou evolução nas regras do jogo a partir de 1º de junho. Uma das mudanças poderia ser permitir substituições temporárias em caso de contusão de algum jogador, enquanto ele é atendido.

Por outro lado, a Uefa anunciou nesta quarta que o VAR será aplicado nos playoffs da Eurocopa-2020, que serão disputados em março, assim como nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, que começam em março de 2021.

A Uefa também anunciou que as 13 vagas europeias para o mundial do Catar-2022 serão atribuídas em duas fases: uma primeira classificação com 10 grupos cujo vencedor obteria a classificação diretamente e, em seguida, uma repescagem na qual os segundos de cada grupo participariam, além de outras duas equipes da repescagem de acordo com seus resultados na Liga das Nações de 2020-2021.

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