O presidente ucraniano Volodimir Zelenski afirmou nesta quinta-feira que não sofreu nenhuma chantagem por parte do colega americano Donald Trump, suspeito nos Estados Unidos de ter bloqueado uma ajuda militar para forçar Kiev a investigar o filho de um rival político.

“Não houve nenhuma chantagem”, declarou Zelenski em uma entrevista coletiva, em referência a uma conversa telefônica que resultou para Trump na ameaça de um processo de destituição.

De acordo com um informante, Trump pediu a Zelenski uma investigação sobre as atividades na empresa de gás ucraniana Burisma de Hunter Biden, filho de Joe Biden, que de acordo com as pesquisas é o pré-candidato democrata com mais possibilidades de obter a indicação do partido para a eleição presidencial de 2020.

Os democratas tentam demonstrar que Trump utilizou o bloqueio da ajuda militar como forma de pressionar uma investigação sobre Hunter Biden, o que desestabilizaria seu adversário político. Esta é uma forma de interferência na campanha eleitoral proibida pela lei americana.

O programa de ajuda militar de Washington a Kiev “havia sido bloqueado antes mesmo de nossa conversa, e não falamos sobre o tema”, afirmou Zelenski.

A ajuda militar foi suspensa no início do verão (hemisfério norte, inverno no Brasil) e desbloqueada em 11 de setembro. A conversa telefônica Trump-Zelesnki aconteceu em 25 de julho.

De acordo com o presidente ucraniano, o objetivo da conversa foi planejar um encontro com Trump. Ele disse que não existiram condições a respeito da parte americana.