O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, expressou nesta terça-feira seu apoio à decisão do meio-campista Mesut Özil de se aposentar da seleção alemã. Erdogan foi um dos protagonistas dessa separação ao posar em uma foto com o jogador. A imagem desagradou a Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão) causando uma enorme polêmica.

“Falei ontem com ele. (A Alemanha) não consegue digerir o fato de que ele posou em uma foto comigo”, disse Erdogan para a CNN da Turquia. “Apoio as declarações de Mesut Özil”, emendou o presidente.

O jogador de 29 anos, que atua pelo Arsenal, tem origem turca e anunciou no domingo que não jogará mais pela seleção da Alemanha. Na carta divulgada nas redes sociais, ele acusou a Federação Alemã de Futebol de racismo ao comentar que quando ele ajuda a seleção a ganhar, como na Copa de 2014, ele é considerado alemão e quando a equipe perde, como no Mundial de 2018, o chamam de imigrante turco.

“Não é possível aceitar esses tipos de atitudes racistas somente por conta da religião, ainda mais de um jovem que derramou tanto suor para o êxito da equipe nacional da Alemanha”, prosseguiu Erdogan.

A decisão de Özil gerou grande repercussão na Alemanha. A chanceler alemã, Angela Merkel, expressou na segunda-feira seu respeito pela decisão de não mais atuar pela seleção do país. Ela, no entanto, evitou comentar as acusações de racismo feitas pelo jogador contra a DFB.

Özil fez parte do elenco alemão que foi precocemente eliminado na Copa do Mundo da Rússia. Ele foi um dos principais alvos das críticas, tanto por conta de suas atuações, como também por seu encontro com Erdogan, acusado de violações dos direitos humanos. Na ocasião, Özil publicou uma foto com o político turco, o que foi interpretado com conotação política pela entidade que rege o futebol alemão.

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Ainda na segunda-feira, a DFB emitiu comunicado negando que tenha apoiado qualquer ato discriminatório. “Rejeitamos o fato de a DFB estar associada ao racismo. A entidade participou de campanhas em apoio aos imigrantes e integrou dezenas de milhares de refugiados na família do futebol”, informou.


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