David Bobrow, presidente da rede Tip Top, tem alguns objetivos bem definidos neste ano. O primeiro é cortar custos. O segundo, buscar a fidelidade do consumidor em um período em que, como ele resume, “ninguém quer comprar nada”. No comando de uma operação com duas fábricas, sete lojas próprias e 94 franquias, David sabe que o momento é de sobreviver à crise. Colocamos um pé no freio em relação à expansão. Estamos mais cautelosos. Recebemos todo tipo de proposta, de tudo quanto é lugar do Brasil, para abrir loja com condições diferenciadas. Mas só estamos aceitando o que acreditamos muito. Começamos o ano com uma meta para a expansão, mas é só para ter um horizonte. Não estamos cobrando uma meta. Quero abrir lojas saudáveis. A meta era abrir de 12 a 15 até o fim do ano, mas se conseguir seis está ótimo. É um ponto comercial em que acreditamos muito. Dificilmente será em um shopping novo. Estamos avaliando caso a caso. Alguns empreendimentos ofereceram até dinheiro para a gente abrir lojas no local… Exatamente. Mas estamos segurando porque não adianta: você vai lá, abre a loja e tem um custo mensal. Temos de passar por essa crise ou a loja vai perder dinheiro todo mês. É muito difícil dizer. Ninguém sabe o que vai acontecer no campo político. Mesmo que mude o governo, não sabemos quais vão ser as atitudes da nova equipe, se terá apoio no Congresso, se tomará as medidas necessárias. Mas acho que, na melhor das hipóteses, melhora no fim do ano que vem. O que muda um pouco é o simples fato de as pessoas acreditarem que há uma luz no fim do túnel. Veja a Argentina: tem muitas ideias, pouco foi feito, mas já mudou a expectativa. Nossa meta é manter o faturamento até o fim do ano. Em peças, vai ser muito difícil. Vai depender do segundo semestre, que tem outra grande influência, que é o clima. Com esse calor, todo mundo está com peças de inverno na loja. Este mês está ruim, mas se fizer frio recupera. O clima tem influência tão grande quanto a economia, às vezes até maior. Nem o tempo. As informações são do jornal