O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, revogou hoje  (22) a reforma da previdência, que desencadeou uma onda de protestos, matando pelo menos onze pessoas, segundo o governo.

Numa mensagem transmitida pela televisão, ele se dirigiu à população para pedir a todos que deixem de lado diferenças políticas e ideológicas e busquem uma solução negociada para a crise.
     
Esse é o maior desafio de Ortega desde 2016, quando conquistou o terceiro mandato presidencial consecutivo. O líder da Revolução Sandinista – que, em 1979, derrubou a ditadura de Anastásio Somoza e ainda é chamado de comandante – mandou reprimir os protestos.

Mas, diante da escalada da violência, foi obrigado a voltar atrás. Um jornalista morreu no sábado com um tiro na cabeça, enquanto cobria as manifestações.
     
Presidente ouviu empresários antes de tomar decisão

Neste domingo, Ortega se reuniu com empresários, que pediram o estabelecimento da paz. Os protestos foram provocados pela decisão do governo de reduzir em cinco por cento as pensões e aumentar as contribuições de empresas e trabalhadores para a previdência.

A reforma previdenciária deveria ser colocada em vigor em julho, mas acabou sendo revogada pelo presidente.
 
Na mensagem de hoje, Ortega citou o papa Francisco, que também fez um apelo pelo reestabelecimento da paz no pequeno país centro-americano. Organizações de defesa dos direitos humanos responsabilizaram as forcas de segurança pela violência e dizem que pelo menos vinte pessoas morreram nos enfrentamentos.