“Não tem como não estar ansioso, né?”, questionava o presidente da Portuguesa, Antônio Carlos Castanheira, antes de a bola rolar no Canindé, na quarta-feira, onde ocorreu a final da Copa Paulista. Para o mandatário do clube, que assumiu o cargo no dia 2 de janeiro, o duelo que garantiu ao time seu retorno ao calendário de competições nacionais foi como a disputa de uma Copa do Mundo.

“Apesar das adversidades do ano, nosso objetivo foi conquistado. Independentemente de ser Brasileiro ou Copa do Brasil, voltamos ao cenário nacional”, avalia Castanheira. Essa era a maior ambição do time. Mas não a única. O vencedor da Copa Paulista tinha a prerrogativa de escolher qual torneio queria disputar em 2021, entre Copa do Brasil, cuja premiação ao campeão pode chegar a R$ 72 milhões, ou a Série D, com mais datas ao longo da temporada.

A Lusa faturou o título ao vencer o Marília por 3 a 2, após faturar o jogo de ida por 2 a 1. Com o troféu, a equipe paulista optou pela vaga na quarta divisão do futebol brasileiro.

Na lista feita pelo mandatário no início de 2020, somavam-se ao retorno do calendário nacional outros três objetivos. O regresso à elite do Paulista, a elaboração de um estudo para a construção de uma Arena no Canindé e o avanço no acordo das dívidas trabalhistas. Havia 271 credores, entre ex-atletas e funcionários, e pendência estimada de R$ 50 milhões. As metas, contudo, não foram atingidas.

A Portuguesa se planejou para obter o acesso à Série A1 do Estadual. Dispensou diretoria e comissão técnica montada pela gestão anterior e trouxe novos reforços. “Saímos da última colocação e conseguimos lutar pelo acesso”, relembra Castanheira. A equipe caiu nas quartas diante do XV de Piracicaba em jogo polêmico. “Não fosse o drone e aqueles dois pênaltis, a história poderia ser outra”, pontua, em referência ao objeto voador que fez o jogo parar quando a Lusa vencia por 2 a 0. Acabou perdendo de virada por 3 a 2.

No início deste ano, a gestão tinha boa perspectiva de iniciar novo projeto e, ao mesmo tempo, resolver imbróglio que se arrastava nos últimos anos. Eles queriam dar início ao plano de construção de uma Arena, no Canindé. Mas para que a construção fosse possível, a questão das dívidas teria de ser resolvida. “A pandemia, infelizmente, parou com tudo. Perdemos praticamente todas as nossas fontes de receita e o projeto da Arena foi suspenso. Em relação às dívidas, conseguimos dar sequência a alguns acordos”, revela o presidente ao garantir que a Lusa está pagando seus débitos “religiosamente”, apesar dos reveses econômicos do ano.

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PRÓXIMOS PASSOS – O ano de 2021 dependerá da pandemia. Ser campeão da Copa Paulista e ter o direito a disputar um torneio maior já está de bom tamanho. Muda o patamar do clube, que vai embolsar R$ 250 mil com a competição. “Assim que os investidores restabelecerem os estudos que estavam sendo feitos e as pessoas envolvidas voltarem do isolamento, retomaremos o projeto da Arena”, diz o presidente.

Castanheira pretende ter êxito nos acordos das dívidas trabalhistas. Segundo ele, as negociações foram retomadas entre outubro e novembro. A expectativa é que um acordo saia nos primeiros meses do ano. É mais um peso que ele tira das costas.

O dirigente está esperançoso de que a Portuguesa volte para a Série A e reviva seus anos de glória. Em 1996, decidiu com o Grêmio o título do Brasileiro. Perdeu para o time comandado por Felipão. “Esse é o lugar dela.” O primeiro passo já foi dado.


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