O novo líder dos principais clubes de futebol da Europa prevê paz para a Liga dos Campeões e potenciais grandes mudanças no calendário das seleções nacionais. Eleito nesta terça-feira para comandar a Associação de Clubes Europeus (ECA, na sigla em inglês), de 220 membros, o presidente da Juventus, Andrea Agnelli, apresentou sua visão para o futuro do futebol trabalhando de perto com o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin.

Agnelli disse que não espera nenhuma ameaça de fuga dos clubes da Liga dos Campeões, algo que sempre se torna alvo de especulações antes da renovação dos contratos comerciais. “Nós não vamos esperar nenhuma novela”, disse Agnelli “O ciclo da Liga dos Campeões está praticamente definido (para as próximas temporadas)”.

Ainda assim, os conflitos históricos de interesse entre os clubes e as seleções nacionais, cujos calendários são definidos pela Fifa, não estão decididos. Agnelli é um dos dirigentes insatisfeitos com a perda dos jogadores para seleções em diferentes períodos da temporada por até dez dias.

“O problema para a maioria das equipes que têm jogadores que viajam para o exterior, especialmente no outono (europeu), fazendo com que eles viajem três vezes atrás e quatro para o Brasil, a Argentina, o Uruguai ou outros lugares”, disse Agnelli.

Qualquer progresso no assunto deveria envolver a Fifa, a Uefa e os representantes das ligas nacionais, disse o dirigente italiano, que vai suceder Karl-Heinz Rummenigge, do Bayern de Munique. Agnelli disse que tem “relações muito, muito boas” com Ceferin e o presidente da Fifa, Gianni Infantino, embora destacou sua lealdade à Uefa, onde ele passará a ter direito pleno de voto como membro do comitê executivo a partir deste mês.

Com a Fifa avaliando mudar o formato do Mundial de Clubes, Agnelli criticou a forma como a competição se realiza, com sete times, sendo apenas um europeu, em dezembro. “Como está, o formato do Mundial de Clubes da Fifa é inútil”, disse.

A renovada competição poderia substituir a Copa das Confederações a partir de 2021, sendo disputada por 24 times, com entre 12 e 16 da Europa. Agnelli indicou gostar da ideia e ressalta que as vagas não deveriam ser distribuídas através de convites, mas pela “melhor competição do mundo, a Liga dos Campeões”.