Presidente da Itália perdoa homem que sufocou esposa para não vê-la sofrer

BOLONHA, 23 DEZ (ANSA) – O presidente da Itália, Sergio Mattarella, concedeu indulto a um homem que havia sido condenado a quase seis anos e meio de reclusão por ter matado a esposa para livrá-la do sofrimento de uma doença terminal.   

O episódio ocorreu em abril de 2021, quando o aposentado Franco Cioni, hoje com 77 anos, usou um travesseiro para sufocar a mulher, Laura Amidei, com quem estava junto havia quase meio século, enquanto ela dormia.   

Em seguida, Cioni telefonou para a polícia, confessou o crime e se entregou. O casal residia em Vignola, município cercado por colinas na região da Emilia-Romagna, e não tinha filhos.   

O aposentado era o único encarregado dos cuidados com Amidei, que havia sido diagnosticada com uma doença incurável em 2016.   

Cioni ainda teria de descontar mais cinco anos e meio de reclusão, porém o indulto concedido por Mattarella, uma tradição de fim de ano na Itália, extinguiu a pena do aposentado, que deixou a cadeia nesta terça-feira (23).   

“Eu estava convicto quando fiz isso e também sobre pagar aquilo que que deveria pagar. Eu pensava que pagaria o que tivesse de pagar, mas não queria mais vê-la sofrer”, disse Cioni.   

Ao aprovar a anistia, o presidente levou em consideração os pareceres favoráveis ;;emitidos pelo Ministério Público e pelo juiz de vigilância penal, bem como a saúde do condenado, o perdão da irmã da vítima e as circunstâncias particulares do crime.   

Ao todo, Mattarella concedeu indulto a cinco pessoas, incluindo um ex-jogador de futebol da Líbia, Abdelkarim Alla Hamad, condenado a 30 anos de cadeia por suposto envolvimento no tráfico de seres humanos no Mediterrâneo e beneficiado com um perdão parcial da pena. (ANSA).