Presidente da Itália faz apelo para flotilha aceitar mediação

ROMA, 26 SET (ANSA) – O presidente da Itália, Sergio Mattarella, fez um apelo para que a Flotilha Global Sumud (GSF), frota com 51 barcos que navega em direção à Faixa de Gaza, aceite a mediação da Igreja Católica para entregar a ajuda destinada à população civil palestina.   

O pronunciamento do chefe de Estado chega dois dias depois de um ataque anônimo de drones contra a flotilha, que transporta centenas de pessoas de mais de 40 países, incluindo a sueca Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila e ativistas e políticos italianos.   

“A fim de proteger o valor da iniciativa, parece necessário preservar o objetivo de entregar a ajuda para a população em sofrimento. Permito-me dirigir com particular intensidade um apelo às mulheres e aos homens da flotilha para que aceitem a disponibilidade oferecida pelo Patriarcado de Jerusalém”, escreveu Mattarella em uma mensagem.   

A proposta da Igreja Católica é para a frota humanitária deixar no Chipre às ajudas destinadas à população de Gaza, e de lá o Patriarcado de Jerusalém as levará para o enclave palestino. “O valor da vida humana, que parece ter perdido qualquer significado em Gaza, onde é gravemente pisoteado, exige que se evite colocar em risco a incolumidade das pessoas”, acrescentou o presidente.   

A Flotilha Global Sumud, no entanto, já havia recusado essa mediação na última quinta-feira (25), alegando que também está entre seus objetivos “furar o assédio ilegal” de Israel contra a Faixa de Gaza. Após os ataques de dois dias atrás, a frota é acompanhada de perto por um navio da Marinha Militar da Itália, porém o ministro da Defesa, Guido Crosetto, já alertou que não será possível garantir a segurança dos ativistas em águas israelenses.   

“Um bloqueio que prive os civis de comida, medicamentos e ajudas é proibido. Um bloqueio que prejudique de modo desproporcional a população civil é proibido. Israel não tem nenhuma autoridade nas águas de Gaza, que pertencem à Palestina”, disse a GSF, acrescentando que qualquer tentativa de bloquear a flotilha será uma “violação do direito internacional e do direito marítimo”.   

Ao longo dos últimos meses, Israel interceptou barcos humanitários com destino a Gaza e prendeu e deportou seus tripulantes, entre eles Greta e Ávila, mas é a primeira vez que uma flotilha com tantas embarcações navega rumo ao enclave.   

(ANSA).