ROMA, 31 DEZ (ANSA) – Por Fabrizio Finzi – O presidente da Itália, Sergio Mattarella, exortará os jovens a construírem o futuro da República Italiana em seu discurso de fim de ano, que será transmitido ao vivo pela televisão na noite de quarta-feira (31).
Fontes bem informadas afirmam que ele dirá que os cidadãos italianos ? especialmente os mais jovens ? devem tomar as rédeas do próprio destino e, consequentemente, do destino da República.
O apelo ao dever cívico e, por extensão, à retomada da política a partir da base será o eixo central da tradicional mensagem de fim de ano do líder italiano.
Segundo os relatos, pouca política externa e ainda menos política interna deverão ser abordadas no 11º discurso de Ano Novo de Mattarella, que chegará aos lares italianos, pontualmente como sempre, às 20h30 (horário local), em todas as redes de televisão.
O presidente discursará de pé, a partir do estúdio da Vetrata do Palácio do Quirinal, com a bandeira italiana e as 12 estrelas douradas da União Europeia ao fundo. Os italianos, entre jantares festivos e vinhos espumantes, acompanharão a retrospectiva do ano que se encerra e vislumbrando um panorama para 2026, com referências a ações cidadãs e decisões políticas.
O pronunciamento terá duração aproximada de 15 minutos, em linha com os anteriores. Durante esse tempo, o chefe de Estado abordará a paz ? ou, mais precisamente, a necessidade de preservá-la ?, sem se aprofundar no atual cenário internacional, já amplamente tratado em seus discursos de dezembro a embaixadores na Itália e a altos funcionários do Estado.
Seu tom calmo e a eloquência que o caracterizam oferecerão, segundo fontes, ampla matéria para reflexão, com o objetivo de manter os princípios e valores constitucionais firmemente ancorados na consciência coletiva.
Além disso, Mattarella deverá recordar que 2026 marca um aniversário significativo: os 80 anos do nascimento da República, em 1946.
Ainda de acordo com fontes, o presidente fará o balanço habitual, promoverá a unidade nacional, buscará a coesão e exaltará o espírito cívico. Ele também buscará um contato direto com os cidadãos, especialmente os mais jovens, na tentativa de reduzir o distanciamento em relação à política, cada vez mais evidente na insatisfação com o voto.
A abstenção, como Mattarella tem reiterado, representa uma falha profunda da democracia, e o presidente acompanha com preocupação a queda acentuada das taxas de participação eleitoral.
Os temas centrais do discurso serão, portanto, a paz, a coesão social e o compromisso dos cidadãos com a estabilidade da sociedade, com especial atenção aos jovens, chamados a agir ? não a se isolarem ? e a assumirem o controle de seus próprios destinos.
Nesse contexto, o presidente buscará dar substância e evocar a escolha republicana de 2 de junho de 1946, uma decisão que jamais deve ser considerada garantida, mas sim cultivada dia após dia com empenho pessoal. (ANSA).