Presidente da Itália critica ‘condições inaceitáveis’ de prisões no país

ROMA, 10 DEZ (ANSA) – Ao visitar a prisão de Rebibbia, em Roma, nesta quarta-feira (10), o presidente da Itália, Sergio Mattarella, elogiou o modelo “exemplar” do local, onde está a deputada brasileira Carla Zambelli, criticando, ao mesmo tempo, “as condições inaceitáveis” de outras detenções no país.   

“O papel das prisões deve ser promovido para garantir que os detentos tenham perspectivas, recuperação e renascimento”, afirmou Mattarella, citando o presídio de Rebibbia, como um exemplo positivo.   

“Vi iniciativas emblemáticas e exemplares aqui. Em Rebibbia, há oportunidades de socialização. Todas essas atividades garantem que as instituições [prisionais] não estejam isoladas do mundo exterior, mas façam parte, como deveriam, do mundo exterior”, declarou o chefe de Estado, segundo o qual, “infelizmente, em outras prisões [italianas] as condições são totalmente inaceitáveis”.   

Hoje, Dia Internacional dos Direitos Humanos, associações italianas em defesa dos direitos dos detentos lançaram um apelo conjunto para uma anistia que possa contribuir com o fim da superlotação nos presídios do país, fato que estaria ligado a altos índices de suicídios entre os presos.   

De acordo com as associações, a população carcerária na Itália é de cerca 63,5 mil pessoas, enquanto a capacidade é de apenas 46,5 mil. Ainda segundo a mesma fonte, 74 suicídios foram registrados nesses locais em 2025.   

Na ala feminina do presídio de Rebibbia, chamada de Germana Stefanini, está a deputada federal licenciada Carla Zambelli, que fugiu do Brasil após ser condenada a dez anos de detenção pelo Supremo Tribunal Federal. Ela aguarda um parecer da Justiça italiana sobre o pedido de extradição feito por autoridades brasileiras. (ANSA).