PARIS, 26 AGO (ANSA) – Após a rodada inicial de negociações para a formação de um novo governo, o presidente da França, Emmanuel Macron, descartou nesta segunda-feira (26) a possibilidade de um premiê de esquerda.   

O mandatário acrescentou que a opção foi colocada de lado “em nome da estabilidade constitucional”. Enquanto isso, Gabriel Attal, que já apresentou carta de renúncia ao cargo de primeiro-ministro, seguirá na função de forma interina.   

O segundo turno das eleições legislativas, ocorrido há sete semanas, sacramentou uma vitória inesperada do bloco de esquerda Nova Frente Popular (NFP), de Jean-Luc Mélenchon, que obteve cerca de 190 das 577 cadeiras na Assembleia Nacional.   

O partido França Insubmissa (LFI), que faz parte da NFP, confirmou que pretende apresentar ao Parlamento uma moção de “destituição” de Macron e de desconfiança contra qualquer proposta de primeiro-ministro que não seja Lucie Castets, candidata da legenda.   

“A gravidade do momento exige uma resposta decisiva da sociedade francesa contra o incrível abuso do poder autocrático de que é vítima”, escreveu o LFI.   

Nas redes sociais, Mélenchon acusou Macron de ter “criado uma situação excepcionalmente grave”, e apelou também a “uma resposta popular e política rápida e firme”.   

Após o fracasso da primeira rodada de conversas, Macron anunciou uma nova consulta com representantes dos partidos para amanhã (27). O país está em uma situação sem precedentes na Quinta República, pois se encontra sem governo e com posições partidárias agora cristalizadas. (ANSA).