Mohammed Ben Sulayem, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), teria pedido a suas equipes que encontrassem um modo de não homologar o circuito Urbano de Las Vegas, que recebeu seu primeiro Grande Prêmio de Fórmula 1 em 2023, revelou a BBC nesta terça-feira (5), citando um denunciante.

Sulayem teria pedido “soluções para impedir a FIA de certificar o circuito antes do fim de semana da corrida”, disputada em novembro de 2023, segundo um relatório da federação que a BBC pôde consultar.

Segundo o denunciante, “o objetivo era encontrar falhas no circuito para recusar a licença”. E mais: “os problemas sobre o circuito estavam determinados para serem identificados artificialmente, sem levar em conta sua existência real”.

O relatório, destinado ao Comitê de Ética da FIA, acrescenta que os oficiais “não conseguiram encontrar nenhum problema com o circuito e então certificaram que estava apto para a corrida”.

O motivo pelo qual o presidente da Fia, que sucedeu Jean Todt em dezembro de 2021, teria a intenção de impedir a realização da corrida não foi explicado. Um conflito de influência e de imagem mina as relações entre a FIA, órgão que organiza o Mundial de F1, e a Liberty Media, detentora dos direitos comerciais.

O novo GP de Las Vegas, que voltou à categoria depois de 41 anos, é um evento de grande importância para a Liberty Media. Com ele, os Estados Unidos passam a ter três corridas no Mundial de F1, além das etapas de Austin e Miami.

Contactada pela AFP, “a Fia confirma que o responsável de conformidade recebeu um relatório detalhando alegações potenciais envolvendo alguns de seus membros dirigentes”, indicou um porta-voz.

Em novembro de 2023, o fim de semana da corrida em Las Vegas não começou bem: o espanhol Carlos Sainz passou por uma tampa de bueiro mal fixada e danificou sua Ferrari na primeira sessão de treino livre.

Os demais dias do evento transcorreram sem incidentes.

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