O presidente da Federação Búlgara de Futebol (BFU) Borislav Mihaylov, pressionado pelos maus resultados da seleção do país, anunciou sua renúncia ao cargo nesta segunda-feira (27), depois das violentas manifestações dos torcedores.

“Apresentei minha demissão para apaziguar os ânimos”, declarou Mihaylov, que estava à frente da BFU havia 18 anos, ao término de uma reunião da federação em Sófia.

Questionado há anos, a pressão para sua saída cresceu desde os incidentes ocorridos em 16 de novembro, que deixaram dezenas de feridos entre policiais e torcedores, durante o jogo entre Bulgária e Hungria pelas Eliminatórias para a Eurocopa de 2024.

A seleção búlgara perdeu as chances de se classificar para o torneio continental, em uma nova derrota mal digerida pelos torcedores. O último torneio internacional que a Bulgária disputou foi a Euro 2004, em Portugal.

Por isso, a BFU solicitou que o jogo fosse realizado com portões fechados, para evitar protestos contra Mihaylov nas arquibancadas.

O dirigente denunciou “uma pressão sem precedentes, calúnias e ataques permanentes”, declarando-se, apesar das derrotas, “orgulhoso do que foi alcançado”.

Nos últimos dias, os pedidos por sua renúncia se multiplicaram.

Com a saída de Mihaylov, o vice-presidente Mihaïl Kasabov assumirá interinamente a BFU até o congresso previsto para o ano que vem, que deve ratificar a decisão e estudar as novas candidaturas.

Borislav Mihaylov já tinha renunciado em outubro de 2019, depois de um escândalo de insultos racistas durante um jogo contra a Inglaterra. Um ano e meio depois, ele voltou atrás e reassumiu o cargo.

Com o recorde de longevidade como presidente da BFU, o ex-goleiro da seleção da Bulgária que brilhou na Copa do Mundo de 1994 foi eleito em cinco ocasiões desde 2005.

Sua gestão foi marcada por acusações recorrentes de manipulação de jogos e apostas ilegais, desvio de verbas públicas e conflitos de interesses.

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