A presidente da Eslováquia, Zuzana Caputova, indicou nesta segunda-feira (2) o ex-primeiro-ministro Robert Fico para formar um governo no Parlamento, após a vitória de seu partido populista, Smer-SD, nas eleições legislativas de sábado.

O partido de Fico recebeu 23% dos votos e superou a legenda de centro Eslováquia Progressista, com 18%.

“A tarefa do chefe de Estado é respeitar o resultado das eleições democráticas e garantir o bom funcionamento dos nossos órgãos constitucionais”, declarou Caputova, em um comunicado divulgado antes da cerimônia oficial, e que foi transmitido pela televisão.

Durante a campanha, o ex-vice-presidente prometeu que a Eslováquia não enviaria “uma única munição” para a Ucrânia e instou uma melhora nas relações com a Rússia.

Também nesta segunda-feira, a Eslováquia acusou Moscou de “interferência” em suas eleições legislativas, após o chefe do serviço russo de Inteligência estrangeira, Sergei Naryshkin, sugerir que os Estados Unidos interferem na política interna eslovaca.

O Ministério eslovaco das Relações Exteriores protestou contra as declarações de Naryshkin, que “questionou a integridade das eleições livres e democráticas na Eslováquia” e chamou estes comentários de “interferência inaceitável da Federação Russa no processo eleitoral eslovaco”.

Recentemente, Fico declarou que “a guerra na Ucrânia começou em 2014, quando fascistas ucranianos mataram vítimas civis de nacionalidade russa”, retomando afirmações russas que não foram comprovadas.

No domingo (1º), Fico disse à imprensa que “a Eslováquia e seus habitantes têm problemas mais importantes que a Ucrânia”.

Até o momento, Bratislava, que faz parte da União Europeia (UE) e da Otan, é uma das principais contribuintes na ajuda para a Ucrânia, levando-se em consideração o PIB do país de 5,4 milhões de habitantes.

A situação na Ucrânia “é uma enorme tragédia para todos (…) se Smer está encarregado de formar um gabinete (…) faremos tudo que pudermos para organizar as negociações de paz o mais rapidamente possível”, acrescentou o político.

Para governar, Fico precisa de uma coalizão para obter a maioria no Parlamento de 150 lugares. O Smer-SD obteve 42 deputados.

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