O presidente da China, Xi Jinping, exaltou nesta quarta-feira (25) a nova “associação estratégica” de seu país com a Colômbia, ao receber em Pequim seu homólogo Gustavo Petro, que aproveitou a visita para falar de grandes projetos de infraestrutura com empresas locais.

“Tenho o prazer de anunciar, junto com você, a promoção da relação China-Colômbia para uma associação estratégica”, disse Xi a Petro no Grande Salão do Povo de Pequim, segundo imagens divulgadas pela televisão pública CCTV.

As relações entre os dois países “sempre tiveram um bom desenvolvimento e momento”, acrescentou.

A China está “disposta a trabalhar para definir as relações China-Colômbia (…) que beneficiem mais os nossos dois povos e injetem energia positiva para a paz e o desenvolvimento mundiais”, frisou o presidente chinês.

Durante a reunião, China e Colômbia assinaram “12 acordos” para promover “o desenvolvimento em matéria econômica, de investimento, comercial, tecnológica, ambiental, científica, educacional e cultural”, disse a Presidência colombiana na rede social X (ex-Twitter).

“Entre os acordos, foram estipulados os requisitos de inspeção e protocolo sanitário para multiplicar as exportações de carne bovina e de quinoa colombiana para a China”, especificou a mesma fonte.

Petro, que chegou a Pequim na terça-feira (24), reuniu-se com Xi poucas horas depois de tratar, com uma empresa chinesa, de seu plano para uma rede ferroviária que faça a ligação dos portos de seu país no Pacífico e no Caribe como rota comercial internacional.

O colombiano se reuniu com representantes das empresas CHEC (China Harbour Engineering Corporation) e CCECC (China Civil Engineering Construction Corporation), que atuam em obras no país sul-americano.

– Rede ferroviária –

“Tivemos duas reuniões com duas empresas: uma, especializada em portos, que é a empresa que está construindo o chamado metrô elevado de Bogotá; e outra, especializada em ferrovias, que tem em suas mãos o trecho oeste de Bogotá”, afirmou Petro em um vídeo divulgado pela Presidência colombiana.

Com a segunda empresa, relatou, “apresentamos como, usando a posição geográfica da Colômbia, que une o Oceano Pacífico ao Atlântico, podemos, em vários trechos, desenvolver uma rede ferroviária nacional”.

Ele destacou que a rede incluiria linhas existentes e outras novas para unir portos em ambos os litorais, “de tal maneira que possamos atacar, em muito, os atuais problemas no Canal do Panamá”.

Petro afirmou, ainda, que a rede ferroviária permitira conectar portos caribenhos, como Turbo, Tolú, Cartagena, Barranquilla, Santa Marta e Puerto Libertador, com Tumaco e Buenaventura, no Pacífico, assim como portos fluviais nos vales de Cauca, Magdalena e os rios Meta e Orinoco.

Petro destacou que “seriam necessárias muitas linhas ferroviárias” para tornar a Colômbia um complemento à rota interoceânica do Panamá.

Após a reunião com a CHEC, que está construindo a primeira linha do metrô de Bogotá, Petro disse que existe uma concordância de que “pode ser desenvolvidas duas fases, uma elevada e uma subterrânea, com base nos estudos” da prefeitura da capital.

Além disso, completou, o país pode receber um financiamento chinês para 100% do projeto do metrô, o que gera polêmica em casa.

“Seria uma primeira linha profundamente poderosa para as necessidades de uma cidade do tamanho de Bogotá, e que merece um metrô subterrâneo”, alegou.

mas/zm/fp/aa/tt