Uma mulher denunciou o presidente de Bolívia, Luis Arce, por tê-la abandonado quando estava grávida em 2024, informou nesta segunda-feira (8) o Ministério Público, um caso perante o qual o governante prevê se defender, embora não tenha confirmado nem negado a acusação.
“O que se pode estabelecer é a existência de uma denúncia […], conforme foi advertido em alguns meios de comunicação”, disse à imprensa local Osvaldo Tejerina, procurador departamental de Cochabamba (centro). Nessa localidade foi apresentado o recurso por crime de abandono de mulher grávida.
A denunciante é uma ex-funcionária de um escritório jurídico do governo Arce. Na denúncia, à qual a AFP teve acesso, a suposta afetada indica que, em 2024, informou ao presidente de 61 anos que estava esperando um filho seu.
Arce “negou a paternidade” e “nos deixou completamente sozinhos e abandonados à nossa sorte”, diz o depoimento realizado pela mulher perante o Ministério Público.
O presidente boliviano não se referiu diretamente nesta segunda à autenticidade dos fatos denunciados.
“Não recebemos nenhuma notificação sobre esse tema”, disse o governante, entrevistado pela imprensa local.
“Assim que chegar até nós, vamos nos defender com toda a normativa legal correspondente e com nossos advogados particulares, porque se trata de um assunto pessoal”, acrescentou.
O crime de abandono de mulher grávida tem pena de até três anos de prisão na legislação boliviana.
O procurador Tejerina anunciou que o caso será mantido “em sigilo” e evitou dar mais informação.
Luis Arce assumiu o poder na Bolívia em 2020, através da formação política de esquerda Movimento Ao Socialismo (MAS). Contudo, ele desistiu de concorrer à reeleição e deixará o cargo máximo do país em novembro.
O presidente é casado e tem três filhos.
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