O presidente chinês, Xi Jinping, participou nesta quinta-feira (21) de uma grande cerimônia em Lhasa durante uma visita excepcional ao Tibete, onde defendeu a “unidade étnica e harmonia religiosa” nesta região, onde a China é acusada de violar os direitos humanos.
A vasta área, estabelecida como região autônoma em 1965, seis anos após o 14º Dalai Lama fugir para o exílio, já foi um foco de protestos contra o governo do Partido Comunista Chinês.
Grupos de defesa dos direitos humanos acusam os líderes chineses de reprimir a cultura tibetana e impor uma vigilância em larga escala, mas Pequim afirma que suas políticas fomentaram a estabilidade e o rápido desenvolvimento econômico em uma das regiões mais pobres da China.
“Para governar, estabilizar e desenvolver o Tibete, primeiro devemos salvaguardar a estabilidade política, a estabilidade social, a unidade étnica e a harmonia religiosa”, afirmou Xi na quarta-feira a funcionários durante sua primeira visita à região desde 2021, segundo a rede estatal CCTV.
Nesta quinta-feira, os dirigentes do partido elogiaram os avanços da região e pediram a unidade étnica durante um ato comemorativo do 60º aniversário da fundação da região autônoma.
A cerimônia aconteceu diante do Palácio de Potala, antiga residência do Dalai Lama, líder espiritual do budismo tibetano.
A visita de Xi ocorre antes das possíveis tensões pela sucessão do atual Dalai Lama, de 90 anos, que vive na Índia, onde estabeleceu um governo tibetano no exílio.
Em julho, o líder budista afirmou que a instituição espiritual prosseguirá após sua morte e que seu sucessor será escolhido “exclusivamente” por sua equipe.
Os governantes chineses insistem que o próximo Dalai Lama deve ser aprovado por Pequim, o que pode resultar no surgimento de dois líderes rivais do budismo tibetano.
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