O Gabão realizou neste sábado eleições locais, legislativas e presidenciais, nas quais o presidente Ali Bongo Ondimba concorre a um terceiro mandato, contra uma oposição tardiamente unida.

Bongo e seu principal rival, Albert Ondo Ossa, lideram uma corrida de 14 candidatos que competem pelo cargo mais alto de um país de 2,3 milhões de habitantes, rico em petróleo.

Mais de 850 mil gaboneses foram convocados às urnas em eleições de turno único, que permite uma vitória com maioria relativa.

Bongo, 64 anos, chegou ao poder em 2009, após a morte de seu pai, Omar, que governou o país durante 41 anos. Seu rival, Ondo Ossa, é um professor de economia de 69 anos que foi ministro de Bongo de 2006 a 2009.

A principal plataforma da oposição, Alternance 2023, o escolheu como único candidato oito dias antes das eleições.

As eleições acontecem em um ambiente de tensão. Bongo anunciou na noite de hoje um toque de recolher noturno e a suspensão do acesso à Internet, citando como motivos a “propagação de chamados à violência e divulgação de informações falsas”.

Antes da votação, Onda Ossa prometeu tirar do poder o atual presidente e seu todo-poderoso Partido Democrático Gabonês (PDG), pondo fim ao que chama de “dinastia Bongo”, que comanda o país há mais de 55 anos. Ambos os candidatos conseguiram reunir milhares de apoiadores em eventos de campanha eleitoral nos últimos dias.

A oposição, no entanto, criticou a instituição do “voto único”, um sistema de votação novo, que funde, pela primeira vez, os votos presidenciais e legislativos, o que favorece o partido no poder.

Nas eleições de 2016, Bongo venceu seu rival por apenas 5.500 votos, em meio a denúncias de fraude eleitoral. A situação desencadeou uma onda de violência que deixou pelo menos cinco mortos, segundo o governo, e 30 segundo a oposição.

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