Presidência síria acusa combatentes drusos de violar cessar-fogo

A presidência síria acusou os combatentes drusos em Sweida de violarem o cessar-fogo que levou à retirada das forças governamentais daquela província do sul nesta quinta-feira (17).

A violência desencadeada desde o início dos confrontos entre drusos e tribos beduínas no fim de semana deixou quase 600 mortos, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Em um comunicado, a presidência acusou as “forças fora da lei” – termo usado para se referir às facções drusas em Sweida – de violarem o acordo ao se envolverem em atos de “violência horrível” contra civis, incluindo “crimes” que “ameaçam diretamente a paz civil e empurram para o caos e o colapso da segurança”.

A presidência também alertou contra a “interferência israelense descarada e contínua nos assuntos internos da Síria, que só leva a mais caos e destruição e complica ainda mais a situação regional”.

Israel bombardeou a Síria na quarta-feira e ameaçou intensificar seus ataques caso o governo sírio não retirasse suas tropas de Sweida.

O presidente sírio, Ahmed al Sharaa, afirmou que quer evitar uma “guerra aberta” com Israel e ordenou a retirada de suas tropas da região nesta quinta-feira, delegando aos drusos a tarefa de manter a segurança.

A violência em Sweida ilustra os desafios enfrentados pelo governo interino de Ahmed al Sharaa desde que ele e uma coalizão de grupos rebeldes sunitas derrubaram o presidente Bashar al Assad em dezembro, em um país marcado por quase 14 anos de guerra civil.

Os drusos são uma minoria do Oriente Médio, cuja religião deriva do islamismo xiita. Estão presentes no Líbano, no sul da Síria e no Golã sírio ocupado por Israel.

Israel, que ocupa e anexou a maior parte das Colinas de Golã sírias, onde vive uma importante população drusa, reiterou nos últimos dias que não permitirá nenhuma presença militar no sul da Síria, próximo à sua fronteira comum.

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