BRUXELAS, 9 SET (ANSA) – A Dinamarca, que ocupa a presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE), disse nesta terça-feira (9) que a ambição do bloco é aprovar o acordo comercial com o Mercosul até o final do ano.
A declaração foi dada pelo ministro da Agricultura dinamarquês, Jacob Jensen, ao chegar ao conselho informal da UE sobre a Agricultura e Pesca, que acontece em Copenhague.
“Faremos o nosso melhor para avançar e alcançar progressos no acordo comercial com o Mercosul” até ao final da presidência, ou seja, até o fim de 2025, declarou ele ao ser questionado sobre o prazo para os Estados-membros aprovarem o acordo. Na semana passada, o poder Executivo da UE aprovou o texto do tratado de livre comércio para enviá-lo a todos os Estados-membros, juntamente com um documento adicional que estabelece proteções para produtores agropecuários do bloco, em meio aos temores sobre a concorrência com mercadorias mais baratas do Mercosul.
“Aceitamos e respeitamos o fato de existirem opiniões diferentes sobre o acordo, mas, como UE, temos um grande excedente agrícola e vivemos da exportação de produtos agrícolas para fora da UE.
Portanto, quanto mais linhas de livre comércio tivermos, melhor”, observou.
Para ser aprovado, o tratado precisará do aval do Parlamento Europeu, por maioria simples, e do Conselho da União Europeia, órgão que reúne representantes dos 27 Estados-membros, por maioria qualificada. Neste último, será necessário obter o apoio de pelo menos 15 países, desde que eles representem no mínimo 65% da população do bloco.
“Deve ser um acordo justo, e é por isso que devemos discutir com os Estados-membros como podemos chegar a um tratado desse tipo para que todos o possam aceitar”, concluiu Jensen.
Paralelamente, o político italiano Nicola Procaccini, copresidente do grupo dos Conservadores e Reformistas no Parlamento Europeu, afirmou que “a liberdade de voto para as delegações nacionais sobre o acordo entre a UE e o Mercosul” ficará livre. “Decidiremos com base nas posições de cada governo. Mas ainda é muito cedo”. (ANSA).