Ganhar a presidência da CPI do Crime Organizado, com o senador Fabiano Contarato, nesta terça-feira, 4, não tranquilizou os petistas. Os líderes do governo no Senado e no Congresso têm repetido o mantra de que a comissão não pode se transformar em um palanque eleitoral. O mesmo tem sido repetido por ministros do governo Lula.
Os petistas sabem que a crise da segurança pública é munição suficiente para alimentar os opositores nas próximas semanas e, quem sabe, até a eleição. Ainda mais com a oposição cheia de si após as pesquisas de opinião pública mostrarem aprovação dos brasileiros à operação policial que matou 121 pessoas na semana passada no Rio de Janeiro.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, deu mostras de que a ideia do PT é baixar a bola da CPI. Ao final da instalação da comissão nessa terça, Wagner afirmou que o colegiado não tem como exercer o trabalho da polícia, de investigar traficantes e criminosos, funcionando mais como um “grupo de trabalho” sobre o tema.
O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, também fez falas públicas criticando uma eventual transformação da CPI em debate eleitoral.
Já um ministro do governo ouvido pela coluna cobrou que o governo dê mais visibilidade ao que tem feito em segurança pública. “O governo faz mais do que mostra. Já foi pior, melhorou bastante, mas tem de mostrar mais”, disse ele, lembrando o início da gestão do ministro Sidônio Palmeira, em janeiro.