Presa pela imigração nos EUA, cineasta brasileira sofre maus-tratos

Detida pelo ICE desde setembro, Bárbara Marques enfrenta condições precárias nos EUA enquanto família luta contra possível deportação

Barbara Marques, cineasta brasileira detida por imigração dos EUA
Barbara Marques, cineasta brasileira detida por imigração dos EUA Foto: Reprodução

O marido da cineasta Bárbara Marques, o norte-americano Tucker May, voltou às redes sociais para compartilhar notícias sobre a situação da esposa, detida pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos Estados Unidos (ICE) desde o dia 16 de setembro.

De acordo com ele, Bárbara tem enfrentado condições precárias durante a custódia. Tucker relatou que autoridades negaram o fornecimento de equipamentos médicos e que, na noite de quinta-feira (2/10), a brasileira precisou improvisar um travesseiro usando os próprios sapatos.

No começo desta semana, Tucker havia informado que a cineasta fora transferida para um centro de detenção em Louisiana, a mais de 3 mil quilômetros da Califórnia, estado onde o casal vive há mais de cinco anos. Porém, a atualização mais recente que recebeu indica que ela estaria no Arizona, possivelmente em deslocamento de volta para a região onde mora.

A situação ganhou repercussão no fim de setembro, quando a família de Bárbara divulgou os primeiros relatos. Casada desde 2018 com um norte-americano e residente legal nos EUA desde então, a cineasta foi separada de seu advogado em meio a uma audiência relacionada ao processo de green card.

As autoridades de imigração justificaram a detenção alegando que ela teria faltado a uma audiência judicial marcada para 2019. Tucker, no entanto, afirma que o casal nunca foi notificado sobre esse compromisso e classificou a prisão como arbitrária.

A atriz Elisa Lucinda, tia de Bárbara, também se pronunciou nas redes sociais. Segundo ela, a família já protocolou uma petição contra a deportação, pedindo que a brasileira possa permanecer no país, onde vive há cerca de sete anos.

“Estamos aguardando a decisão do juiz como primeiro passo no processo. Assim que tivermos novas informações oficiais, vamos compartilhar. Obrigada pelo carinho e apoio de todos”, escreveu Elisa.

Após a repercussão do caso, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Espírito Santo encaminhou um ofício ao Ministério das Relações Exteriores, solicitando que o governo brasileiro adote medidas diplomáticas para tentar solucionar a situação.

A reportagem de IstoÉ Gente entrou em contato com o Itamaraty, mas, até o fechamento desta matéria, ainda não obteve retorno. O espaço segue em aberto.