Presa na Itália, Zambelli escreve carta ao Brasil e se refere a Moraes como ‘ditador’

Divulgação/Assessoria de Cala Zambelli
Deputada federal Carla Zambelli foi presa na Itália Foto: Divulgação/Assessoria de Cala Zambelli

A defesa e dois familiares da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália, divulgaram uma carta escrita à mão pela parlamentar direcionada aos brasileiros. No documento, ela também se referiu ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), como “um ditador” e ressaltou que mantém a “consciência tranquila de quem é inocente”.

Zambelli foi presa por agentes da Interpol no dia 29 de julho, após quase dois meses foragida. Ela estava com mandado de prisão em aberto no Brasil, emitido pelo ministro Moraes, depois de ter sido condenada a 10 anos de prisão pela invasão aos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), junto com o hacker Walter Delgatti, para incluir um mandato de prisão falso contra o magistrado.

A parlamentar chegou a entrar com recurso dentro da própria Corte. Durante o trâmite, ela saiu do Brasil no final de maio e dias depois teve a condenação confirmada por unanimidade pela Primeira Turma do STF. O processo transitou em julgado, ou seja, não cabe mais recursos.

Na ocasião, a Zambelli pediu afastamento da Câmara dos Deputados, passou pela Argentina e ficou duas semanas na Flórida, Estados Unidos, logo após se refugiou na Itália, onde tem cidadania.

Na carta, a parlamentar escreveu: “Quero me pronunciar e dizer que estou sendo ‘forte e corajosa’, mantenho a fé e a cabeça erguida, uma consciência tranquila de alguém inocente”. Em seguida, a parlamentar falou que “o Brasil é um país abençoado” e que “nenhum ditador nos colocará de joelhos”. Ela encerrou o documento com uma citação bíblica que diz: “Tudo posso naquele que me fortalece”.

A Justiça italiana decidiu manter a prisão de Carla Zambelli no dia 1º de agosto, que segue detida no presídio feminino de Rebibbia, nos arredores de Roma, na Itália.

Antes, a parlamentar passou por audiência de custódia. Agora a Justiça da Itália deve analisar sobre o prosseguimento ao pedido de extradição feito pelo Brasil.