O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, nesta sexta-feira (12), que está “muito preocupado” com a situação epidemiológica ligada à covid-19 no Brasil e cobrou do governo “medidas sérias”.

Não é a primeira vez que Tedros Adhanom Ghebreyesus alerta sobre a situação no país.

“Estamos muito preocupados, porque não somente o número de casos, mas também o número de mortes está aumentando”, declarou em entrevista coletiva.

“Se nenhuma ação séria for tomada, a tendência atual (…) vai resultar em mais mortes”, alertou, pedindo ao governo que “leve a situação a sério”.

Cerca de 273.000 pessoas morreram em decorrência da covid-19 no Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro minimizou a pandemia e onde a vacinação só começou tarde e lentamente, devido à falta de doses disponíveis.

Bolsonaro também tem sido alvo de muitas críticas de especialistas em saúde pública por elogiar o mérito de medicamentos cuja eficácia contra o vírus não foi comprovada, como a hidroxicloroquina.

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O Brasil quebrou esta semana um novo recorde de mortes em 24 horas (2.286).

“As autoridades devem enviar mensagens claras sobre a situação e as medidas a serem tomadas”, disse Tedros.

“Essa situação, se continuar, ameaça se espalhar para os países vizinhos, que, de modo geral, estão se saindo melhor que o Brasil”, advertiu.

A OMS está particularmente preocupada com a circulação no Brasil de uma das variantes mais contagiosas do coronavírus, chamada P.1, e que surgiu em Manaus, na região norte.

“Vários estudos estão em andamento sobre essa variante P.1, a fim de quantificar sua transmissibilidade e sua gravidade. Há elementos que sugerem que sua gravidade também é maior”, observou Maria Van Kerkhove, responsável técnica da OMS da luta contra a covid-19.


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