Por Howard Schneider

WASHINGTON (Reuters) – Quando o medo da inflação é uma coisa boa?

Quando substitui o temor de uma depressão iminente, de taxas estratosféricas de mortalidade e das consequências de uma eleição volátil na nação mais poderosa do mundo.

Em uma mensagem um tanto inesperada, mas talvez esperançosa, vinda do último Relatório de Estabilidade Financeira do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) desta quinta-feira, o cenário psicológico de Wall Street parece ter ficado bem mais normal ao longo dos últimos seis meses.

Como parte do relatório, o Fed pergunta a duas dúzias de especialistas do mercado, incluindo investidores e acadêmicos, sobre os principais “choques” em potencial que o país enfrenta.

A última versão do relatório semestral, de novembro de 2020, colocou o “risco político” no topo da lista, seguido por preocupações agudas de que a pandemia causasse falência de empresas, de que governantes eleitos não respondessem à altura e que o próprio vírus ressurgisse.

Novas conclusões publicadas nesta quinta-feira mostraram que as preocupações com o coronavírus permanecem: o surgimento potencial de uma nova variante do vírus foi mencionado como o maior risco.

A partir daí, porém, parece uma lista dos bons e velhos tempos, com aumentos das taxas de juros, tensões com a China e, sim, inflação em destaque.

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