O Observatório Nacional de Violência contra Jornalistas, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, adotará o Prêmio Glória Maria, que visa reconhecer pessoas, entidades, organizações e empresas de jornalismo e comunicação que se destacarem pela atuação em defesa dos direitos da população negra e resgate histórico e cultural das contribuições do povo negro no Estado de São Paulo.

A ideia da criação do Prêmio Glória Maria foi lançada pela deputada Monica Seixas, do Movimento Pretas do PSOL, no 1º Encontro de Veículos e Jornalistas Negros de São Paulo, que ocorreu na simbólica data de 13 de maio, na Alesp. Para a advogada Lázara Carvalho, chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Justiça e coordenadora executiva do Observatório Nacional de Violência contra Jornalistas. “A liberdade de imprensa é um direito conquistado e pilar da democracia, assim como a equidade racial e de gênero”. Segundo ela, “Glória Maria, como pioneira e lutadora que sempre foi, representa o jornalismo sério, destemido e ativo, por isso não há melhor nome para esse prêmio”.

Segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), embora a população brasileira seja formada majoritariamente por pessoas negras (56,20%), somente *20,10% dos profissionais de imprensa se autodeclararam pretos ou pardos. Além disso, a Pesquisa Racial da Imprensa Brasileira aponta que 98% desses profissionais afirmam que o desenvolvimento da carreira profissional é mais difícil do que a de profissionais brancos.

A Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) também deu parecer favorável, no último dia 09, ao andamento do projeto protocolado pela deputada.

“Sou jornalista de formação e sempre tive o desejo de promover a pauta do debate racial dentro das redações”, afirma a deputada estadual Monica Seixas (PSOL). Segundo ela, “muito se discute sobre o papel do jornalismo no combate a fake news e na manutenção da democracia, mas é urgente o debate sobre o papel da imprensa na luta antirracista e, para isso, precisamos de diversidade na imprensa”.