SÃO PAULO, 18 JUN (ANSA) – A professora da Universidade de São Paulo (USP) Aurora Fornoni Bernardini e o presidente da Biblioteca Nacional do Brasil, Marco Lucchesi, foram agraciados com o Prêmio Ciccillo Matarazzo per Italiani nel Mondo, que chegou à sua segunda edição em 2025 para homenagear personalidades ítalo-brasileiras que se notabilizaram em suas áreas no país sul-americano.
A cerimônia foi realizada no Terraço Itália, restaurante situado no topo do icônico Edifício Itália, em São Paulo, e contou com a presença do embaixador italiano em Brasília, Alessandro Cortese, do cônsul-geral na capital paulista, Domenico Fornara, e de dezenas de representantes da comunidade ítalo-brasileira.
“Para nós, como italianos, é muito honroso poder contar valores tão importantes como esses que estamos apresentando aqui”, disse o empresário e ex-embaixador do Brasil em Roma Andrea Matarazzo, idealizador do prêmio e sobrinho-bisneto de Ciccillo Matarazzo (1898-1977), ítalo-brasileiro que é tido como o maior mecenas da arte na história do país.
Cortese, por sua vez, destacou a importância da premiação e afirmou que Bernardini e Lucchesi “deixaram uma marca importante” no Brasil. “As relações entre Itália e Brasil são excelentes, e esses ítalo-descendentes ilustres se tornam uma espécie de embaixadores do Brasil na Itália, mas também da Itália no Brasil, então é algo muito significativo e simbólico”, afirmou o diplomata à ANSA.
Nascida em Domodossola, no norte italiano, Aurora Bernardini é romancista, pesquisadora universitária, tradutora e professora sênior da USP. “É um reconhecimento da vida inteira. A palavra de ordem do norte da Itália é ‘trabalhar’, e eu herdei isso no DNA, então sempre trabalhei muito e me esforcei para divulgar a Itália no Brasil e o Brasil na Itália, e sem visar fama nem nada”, disse a premiada.
Já Marco Lucchesi, descendente de italianos nascido no Rio de Janeiro, é romancista, memorialista, ensaísta, tradutor e editor. Desde o início de 2023, preside a bicentenária Biblioteca Nacional, instituição cultural mais antiga do Brasil e com sede na capital fluminense.
“Este prêmio não foi exatamente para mim. Podia ter sido para qualquer outra pessoa que representasse esses milhões de italianos que aqui chegaram com um conceito de trabalho. Eles não buscavam uma posteridade efêmera, trabalhavam até o último dia e sonhavam de uma forma extraordinária”, declarou Lucchesi ao receber o troféu de bronze e aço criado pela artista plástica Maria Bonomi, também integrante do júri da premiação.
O corpo de jurados ainda inclui personalidades como Cortese, Fornara, Matarazzo, o embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, o embaixador Rubens Ricupero, o presidente do Colégio Dante Alighieri, José Luiz Farina, a ex-presidente da Escola Eugenio Montale Sandra Papaiz, entre outros. (ANSA).