Com uma carteira de 62,92% de rentabilidade, Bruno Mendonça, analista do Bradesco BBI, é o quarto colocado da 26ª edição do Prêmio Broadcast Analistas. O grande case, indiscutivelmente, como frisa ele, foi Allos, fruto da combinação de negócios entre Aliansce Sonae e BRMalls, negociada no segundo semestre de 2022 mas efetivada em 2023. “Allos foi onde eu me diferenciei como analista. Qualquer reconhecimento que eu tenha relativo ao ano de 2023 não pode ser dissociado desse caso”, afirma.

Mendonça lembra que, no começo do ano passado, tinha essa perspectiva e repetia junto ao time do Bradesco, “quase à exaustão”, que “Allos seria o call de 2023”, porque era uma fusão que fazia muito sentido para ele. “E para o mercado de capitais, criaria uma empresa, uma ação, com uma liquidez que faria frente aos outros nomes principais”, explica Mendonça, que foi assistido nas análises por Pedro Lobato Garcia Fernandes.

E a resposta veio. Allos fechou 2023 com a melhor performance entre os pares de shoppings, com valorização de 60%, o dobro dos ganhos de Iguatemi e Multiplan, consideradas as duas referências do setor, com cerca de 33% cada.

A tendência agora, depois do bom desempenho de 2023, é que este papel deva se acomodar. Na verdade, já chegou a um nível mais parecido com os pares, afirma Mendonça. “Acho que a gente volta para o estado normal do setor. Uma ação dar 30% a mais que a outra do mesmo segmento é um evento raríssimo em shoppings”, diz.

No setor de construção civil, a baixa renda também ganhou a atenção de Mendonça em 2023. Suas top picks foram Direcional e Cury, dentro de um contexto em que o segmento inteiro foi bem. “Virou um queridinho do mercado”, diz.

Em alta renda, para Mendonça, Cyrela mostra uma resiliência acima do esperado, e é uma das apostas para 2024. Na baixa renda, ele segue com Direcional e Cury também neste ano.

Bruno Mendonça ingressou no Bradesco BBI em 2020 como analista de equity research cobrindo o setor imobiliário. Começou como sell side em 2008. Tem passagens pelo Itaú BBA e Santander. Mendonça também trabalhou por dois anos como banqueiro de investimentos para capital de dívida no Santander, e por cinco anos na indústria de telecomunicações na Vivo e Brasil Telecom. É formado em engenharia pela Universidade de Brasília e possui MBA em Finanças pela Fundação Getúlio Vargas.