O primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, anunciou nesta quarta-feira que não deseja se candidatar à própria sucessão, na véspera de consultas parlamentares destinadas a formar um novo gabinete e que já foram adiadas duas vezes.

“Anuncio que não serei candidato para formar o próximo governo”, disse Hariri em comunicado anunciando sua renúncia em 29 de outubro, após o início de um movimento de protesto sem precedentes contra toda a classe dominante no Líbano.

“Eu me esforcei para responder aos pedidos [dos manifestantes libaneses] para um governo de especialistas, que considero a única solução para responder à crise econômica e social que atravessa nosso país”, afirmou.

O Líbano vive há dois meses um movimento de protestos inédito contra toda a classe dominante, considerada corrupta e incompetente.

As conversas entre os partidos no poder para substituir Hariri se estendem sem responder aos pedidos dos manifestantes, no momento em que a situação socioeconômica se deteriora neste país altamente endividado e onde um terço da população vive abaixo da linha de pobreza.

As negociações parlamentares, previstas pela Constituição para designar um novo gabinete, haviam sido originalmente marcadas para 9 de dezembro. Posteriormente, foram adiadas duas vezes.

Antes de realizar essas consultas na quinta-feira e após várias noites de violência, as forças de segurança reforçaram seu dispositivo de segurança nesta quarta-feira, em Beirute.