Premiê sueco renuncia uma semana após voto do Parlamento

ESTOCOLMO, 28 JUN (ANSA) – O primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven, anunciou nesta segunda-feira (28) a sua renúncia após sofrer uma derrota no Parlamento e ser alvo de uma moção de censura. O líder político tinha sete dias desde a votação para decidir se saía do cargo ou convocava novas eleições.   

“Visto a situação extraordinária na qual o país se encontra, com uma pandemia em curso e os seus particulares desafios que isso traz, as eleições antecipadas não são a melhor opção para a Suécia. Não acredito que o povo queira ir às urnas antecipadamente”, disse o político em coletiva de imprensa.   

Lofven foi derrubado após perder o apoio do Partido de Esquerda, que fazia parte de sua base eleitoral, após se negar a prorrogar um benefício que mantinha uma forte regulamentação nos preços dos aluguéis por conta da pandemia de Covid-19. Com isso, a sigla de extrema-direita Democratas viu a oportunidade de colocar na pauta uma moção de desconfiança.   

A imagem do governo já estava bastante desgastada por conta da política sanitária adotada na crise, que deixou o vírus circular para atingir a imunidade de rebanho, e só foi revertida no fim do ano passado. A Suécia é o país nórdico com o maior índice de mortalidade por coronavírus Sars-CoV-2 e o próprio rei Carl XVI Gustaf reconheceu que o país “falhou” na pandemia.   

No Parlamento, o premiê teve voto contrário de 181 dos 349 parlamentares e não conseguiu escapar da 12ª votação do tipo desde que assumiu o poder, em 3 de outubro de 2014. Essa é a primeira vez na história moderna da Suécia que um primeiro-ministro é derrubado pelos deputados.   

Agora, o presidente do Parlamento iniciará a delicada tentativa de costurar um novo acordo político que governe o país até setembro de 2022, quando estão marcadas as novas eleições. No entanto, analistas locais apontam que a situação é bastante conturbada, já que nenhum partido tem uma grande bancada.   

Se a tentativa falhar, será realizado um novo pleito para formar um governo. Porém, seja qual for a solução, a Constituição sueca mantém a necessidade de realizar as eleições na data prevista, ou seja, no ano que vem. (ANSA).