ROMA, 28 JUL (ANSA) – A cidade de Nova York, nos Estados Unidos, sediou nesta segunda-feira (28) uma conferência internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) que teve como foco a solução de dois Estados entre Israel e os palestinos.
Os americanos, através da porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, chamaram a proposta de “golpe publicitário” e criticaram o presidente da França, Emmanuel Macron, que vai reconhecer a Palestina na próxima Assembleia-Geral da ONU.
“Um golpe publicitário que acontece em meio a delicados para acabar com o conflito. Longe de promover a paz, a conferência prolongará a guerra, encorajará o Hamas, recompensará sua obstrução e minará os esforços reais para alcançar a paz”, declarou Washington.
Já Mohammad Mustafa, primeiro-ministro palestino, alertou em seu discurso que o movimento islâmico deve “entregar as armas”, “libertar os reféns” e abrir mão do controle de Gaza.
“Todos os países têm a responsabilidade de agir agora para pôr fim à guerra contra o nosso povo em Gaza e em toda a Palestina, para garantir a libertação de reféns e prisioneiros e para assegurar a retirada das forças de ocupação israelenses”, disse o político, que é funcionário da Autoridade Palestina.
Na abertura do evento, o secretário-geral da ONU, António Guterres, avaliou que as discussões em Nova York “podem e devem servir como um ponto de virada decisivo” na situação no Oriente Médio.
“Devemos garantir que isso não seja apenas mais um exercício de retórica bem-intencionada. Poderá servir como um ponto de virada decisivo que catalise o progresso irreversível em direção ao fim da ocupação e à concretização de nossa aspiração compartilhada por uma solução viável de dois Estados”, disse o diplomata.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, defendeu a aplicação da lei internacional nas “alegações credíveis de genocídio”. O chanceler ainda recordou as normas que as nações precisam seguir sobre a ocupação ilegal da região, entre elas o apoio da entrada da Palestina como membro pleno da ONU e defender a distinção legal entre Israel e o território palestino ocupado.
“Essas são as ações legais que os Estados podem tomar agora.
A credibilidade da ordem internacional depende dessa aplicação não seletiva. O que precisamos agora é vontade política e um robusto processo de acompanhamento dessa conferência. Vamos transformar Lei em ação e ação em justiça e paz”, comentou.
Organizada por França e Arábia Saudita, o evento começou hoje (28) e vai até a próxima quarta-feira (30) na sede da ONU, em Nova York. As discussões reúnem diplomatas e representantes de diversas nações. (ANSA).