O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticou o vice-chefe das forças armadas de Israel por declarações nas quais parecia comparar a atual sociedade israelense com a Alemanha nazista.

“A comparação lançada pelas palavras do vice-chefe do Estado-Maior sobre acontecimentos descritos como a Alemanha nazista de 80 anos atrás é uma barbaridade”, disse Netanyahu.

Os comentários “representam uma injustiça contra a sociedade de Israel e menosprezam o Holocausto”, acrescentou o primeiro-ministro.

“O vice-chefe do Estado-Maior é um oficial excepcional, mas os comentários sobre este assunto foram um completo erro, inaceitáveis para mim”.

Em um discurso realizado na quarta-feira, na véspera do Dia da Memória do Holocausto de Israel, o general Yair Golan disse que a lembrança deve “nos fazer pensar sobre a natureza do homem, mesmo quando esse homem somos nós mesmos”.

“Se há algo que me preocupa nas comemorações da Shoah é ver esses processos nauseantes que ocorreram na Europa em geral, e em particular na Alemanha, há 70, 80, 90, e ver sinais disso entre nós em 2016”, afirmou.

“Afinal, não há nada mais simples e mais fácil do que odiar o estrangeiro (…) despertar medo e intimidação (…) e se tornar um monstro, esquecer os seus princípios e ser feliz consigo mesmo”, ressaltou.

Uma onda de distúrbios que explodiu em outubro deixou até agora 203 palestinos e 28 israelenses mortos.

A maioria dos palestinos abatidos estavam armados, segundo as autoridades de Israel.

Grupos de defesa dos direitos humanos exigem que Israel pare de utilizar força letal contra os criminosos e a ministra sueca de Relações Exteriores, Margot Wallstrom, acusou o Estado judeu de realizar execuções extrajudiciais.

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