O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, declarou nesta quarta-feira (22) que sua esposa, Begoña Gómez, é “uma profissional honesta”, em resposta aos ataques da oposição e do presidente argentino, Javier Milei, que a qualificou como “corrupta”, desencadeando uma crise diplomática.

“Minha esposa é uma profissional honesta, séria e responsável, e meu Governo é um governo limpo”, disse Sánchez em uma sessão no Congresso espanhol.

“Tenho certeza que em breve a justiça arquivará estas duas acusações falsas”, porque “a única coisa que existe é uma coleção de boatos e difamações”, acrescentou.

As duas denúncias citadas pelo premiê espanhol levaram um juiz a abrir uma investigação sobre Begoña Gómez como suspeita de “tráfico de influência” e “corrupção”, devido à sua suposta relação comercial com uma empresa alvo de favorecimento público.

Segundo o meio digital El Confidencial, os fatos investigados teriam ocorrido quando Gómez dirigia o IE Africa Center, fundação ligada à escola de negócios Instituto de Empresa (IE), cargo que deixou em 2022.

O El Confidencial afirmou que o IE Africa Centre assinou em 2020 um acordo de patrocínio com a Globalia, proprietária da companhia aérea Air Europa, que foi resgatada pelo Governo diante do impacto da pandemia de covid-19 no turismo.

Na terça-feira (21), a imprensa divulgou que a Guarda Civil publicou um relatório concluindo que não houve indícios de crime nas ações de Gómez. A porta-voz do Governo Sánchez, Pilar Alegría, afirmou que este documento demonstra “que não há caso”.

O líder da oposição, Alberto Núñez Feijóo, do conservador Partido Popular (PP), não aceitou as explicações do governante espanhol e ameaçou convocar o casal a dar explicações em uma comissão do Senado. “Quanto mais tempo você passa sem dar a informação que os cidadãos pedem por causa da corrupção que o persegue, mais evidente fica que você quer escondê-la”, disse Feijóo.

O caso de Gómez ganhou grande destaque no fim de semana após Milei a ter chamado de “corrupta” no domingo em um evento da extrema direita em Madri, o que levou o Governo Sánchez a exigir um pedido de desculpas e a retirar o seu embaixador em Buenos Aires.