WASHINGTON, 17 ABR (ANSA) – A Ucrânia negou neste domingo (17) a queda da cidade portuária de Mariupol para a Rússia.   

Em entrevista à emissora americana ABC, o premiê ucraniano, Denys Shmyhal, disse que o município está no limite, mas “ainda não caiu”, e que os soldados vão “combater até o fim”.   

“Nenhuma grande cidade da Ucrânia está sob controle da Rússia, apenas Kherson”, acrescentou o primeiro-ministro.   

No último sábado (16), o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que todas as forças ucranianas haviam sido “varridas” das áreas urbanas de Mariupol e que apenas um grupo remanescente seguia entrincheirado na siderúrgica Azovstal.   

Moscou chegou a dar um ultimato para os combatentes se renderem até as 6h da manhã (horário local) deste domingo, mas o grupo segue dentro da indústria. De acordo com a Rússia, esse contingente é formado por 400 “mercenários estrangeiros” e nacionalistas.   

Com uma vasta rede de túneis, a siderúrgica se tornou base para o Batalhão de Azov, milícia paramilitar de extrema direita que luta ao lado do Exército ucraniano. “Se vocês continuarem a opor resistência, serão todos eliminados”, alertou o Ministério da Defesa russo.   

Em uma nova mensagem em vídeo, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que Mariupol vive uma situação “desumana” e acusou a Rússia de querer “destruir” todos os que restam na cidade.   

Já a vice-premiê Iryna Vereshchuk pediu a reabertura de corredores humanitários para evacuação de civis, já que cerca de 100 mil pessoas continuam sitiadas na cidade. Além disso, a Ucrânia ainda teme que Moscou esteja preparando um desembarque naval em Mariupol, que serviria de base para conquistar o restante do leste do país.   

Em entrevista à agência Unian, um assessor da prefeitura, Petro Andryushchenko, disse que as forças russas estão emitindo passes para permitir a circulação de civis pela cidade. “Sem isso, será impossível se deslocar pelas ruas a partir da próxima semana”, declarou.   

Situada às margens do Mar de Azov, Mariupol tinha cerca de 450 mil habitantes antes do início da guerra e fica na região de Donetsk, no chamado Donbass, cuja soberania é defendida por Moscou. A cidade também tem um caráter simbólico por ser o berço do Batalhão de Azov, acusado de neonazismo pela Rússia.   

“A batalha pelo Donbass é muito importante para nós”, afirmou Zelensky em entrevista à CNN, acrescentando que a Ucrânia não vai ceder esse território para os invasores. “Não confio na liderança russa, por isso não podemos perder a batalha pelo leste”, declarou. (ANSA).