ROMA, 13 ABR (ANSA) – A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, reafirmou que considera a barriga de aluguel “uma prática desumana” e “um crime universal”, destacando que a questão demográfica é uma prioridade absoluta do seu governo.   

“Para nós, o desafio demográfico, a sustentabilidade econômica a que está ligado, representa um dos principais desafios. Não faz sentido gerir o presente se o presente é um futuro não segurado”, declarou ela em reunião na última sexta-feira (12).   

Segundo Meloni, “a despesa pública destinada a sustentar a taxa de natalidade é o que, mais do que qualquer outra, deve ser considerada um investimento produtivo, porque é um investimento na estabilidade do nosso sistema social e da nossa civilização”.   

“Considero que a abordagem com que este governo aborda estas questões é uma mudança fundamental de ritmo em comparação com o passado”, acrescentou.   

Sobre a questão das taxas de natalidade, a premiê italiana destacou que “nenhuma intervenção concreta será suficiente se não invertemos a história que se conta há anos”, tendo em vista que “há décadas que se diz que dar à luz um filho comprometeria a liberdade, os sonhos, a carreira, em alguns casos a beleza, por isso foi uma escolha que em última análise não foi adequada”.   

“Estas teses surreais, antigas e novas, correm o risco de arrastar a Itália e a Europa para a beira do precipício”, enfatizou.   

Meloni destacou ainda que continua a acreditar que “alugar um útero é uma prática desumana e apoia o projeto de lei que a prática se torne um crime universal”.   

“Espero que seja aprovado o mais rápido possível”, afirmou ela, lembrando que, com a barriga de aluguel, “alimenta-se um mercado transnacional que o faz passar por um ato de amor”, mas “ninguém consegue me convencer de que é um ato de amor”.   

A primeira-ministra italiana destacou ainda que, na sua opinião, a paridade de oportunidades não apaga as diferenças entre homens e mulheres.   

“Ser pai implica uma assunção de responsabilidade que deve ser igual e partilhada, mas não pode apagar a especificidade da relação entre a mãe e o pai”, concluiu. (ANSA).