PARIS, 8 SET (ANSA) – Passando por uma grande crise política, o governo centrista do primeiro-ministro da França, François Bayrou, caiu nesta segunda-feira (8) depois de menos de nove meses de duração.
A sessão que mobilizou a Assembleia Nacional foi encerrada com uma vitória esmagadora contra a moção de confiança: 194 votos a favor e 364 contra.
Após a queda de seu governo, o líder centrista comparecerá amanhã (9) ao Palácio do Eliseu, em Paris, para apresentar sua renúncia ao presidente da França, Emmanuel Macron.
O país, que teve seis premiês em sete anos e perdeu o terceiro em menos de um, viu o veterano político francês cair principalmente em razão das frágeis finanças públicas da nação.
O déficit do ano anterior alcançou 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB), quase o dobro do teto da União Europeia, enquanto a dívida nacional ultrapassou a marca de 3,3 trilhões de euros.
A partir de agora, Macron precisará encontrar o quinto primeiro-ministro desde o início do seu segundo mandato, iniciado em 2022, ou convocar novas eleições legislativas antecipadas.
A queda de Bayrou também é um reflexo da decisão do mandatário de dissolver a Assembleia Nacional, há pouco mais de um ano, que resultou na formação de um Parlamento extremamente dividido.
O Reunião Nacional, partido de ultradireita, e o França Insubmissa, de Jean-Luc Mélenchon, celebraram nas redes sociais a queda do governo Bayrou.
“Bayrou caiu. Vitória e alívio popular. Macron está agora na linha de frente, de frente para o povo. Ele também precisa ir”, escreveu Mélenchon.
Apesar dos apelos de parlamentares para que Macron renuncie ao cargo, o mandatário francês garantiu que permanecerá na função até o fim de seu mandato em 2027.
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, foi um dos primeiros líderes internacionais a repercutir a queda de mais um governo na França.
“A instabilidade da França não agrada a ninguém e não é boa para a Europa. Vivemos em um grande continente que também desfruta de unidade política, então se um grande país está em apuros, todos os outros certamente estão. Espero que Macron consiga administrar a crise, pois a instabilidade na França corre o risco de prejudicar nossa economia, num momento em que a Europa também precisa ser capaz de negociar unida com a Rússia”, afirmou o político. (ANSA).