O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, pediu nesta segunda-feira (9) “diálogo e cooperação” com a China, apesar das tensões comerciais entre Pequim e a União Europeia (UE), no primeiro dia de sua visita ao país asiático.

Na abertura do fórum econômico China-Espanha em Pequim, o líder socialista celebrou os “fortes laços” que unem os dois países.

“Mesmo nos temas em que as nossas posições não coincidem plenamente, mantemos uma vontade construtiva de diálogo e cooperação”, disse Sánchez em um vídeo publicado em sua conta na rede social X.

“Estamos comprometidos com o desenvolvimento de uma agenda positiva, com a busca de soluções consensuais que beneficiem todas as partes”, acrescentou.

Sánchez também se reuniu com o Conselho Consultivo Empresarial Espanha-China, que chamou de “exemplo do compromisso mútuo para fortalecer e aprofundar as relações comerciais e de investimento entre os dois países”.

“Nosso objetivo é claro: fomentar uma relação equilibrada, baseada no respeito e na reciprocidade, que beneficie as duas nações”, destacou.

– Oposição venezuelana –

Sánchez se reuniu com o primeiro-ministro Li Qiang no Palácio do Povo de Pequim, a quem afirmou que a Espanha “quer continuar fortalecendo as relações com a China”.

O espanhol também se reunirá com o presidente Xi Jinping, segundo a agência divulgada por seu gabinete.

Sánchez visitará Xangai na terça e quarta-feira, onde terá reuniões com autoridades e empresários. Também deve inaugurar uma sede do Instituto Cervantes, centro cultural espanhol.

A sua chegada à China aconteceu pouco depois do desembarque na Espanha do opositor venezuelano e candidato à presidência Edmundo González Urrutia, que denuncia a reeleição de Nicolás Maduro.

No sábado, Sánchez declarou que a Espanha “nunca dará as costas, nem abandonará, a Edmundo González ou a qualquer venezuelano”.

A China mantém fortes vínculos com o governo da Venezuela.

A visita de Sánchez também acontece em um momento de tensões comerciais entre UE e China, depois que a Comissão Europeia iniciou uma série de procedimentos contra Pequim nos últimos meses.

A questão mais espinhosa é a dos veículos elétricos chineses vendidos na União Europeia.

A Comissão Europeia anunciou em 20 de agosto a imposição de tarifas extras por cinco anos sobre os carros elétricos procedentes da China, incluindo os da montadora americana Tesla, que tem uma fábrica em Xangai.

No dia seguinte, a China anunciou a abertura de uma investigação anti-dumping laticínios importados da Europa. Também iniciou um processo similar sobre as importações de carne de porco da UE.

A Espanha é o maior exportador europeu de produtos suínos para a China, com mais de 560 mil toneladas enviadas no ano passado, pelo valor de 1,33 bilhão de dólares.

bur-oho-ka/tmt/cjc-meb/zm/fp

X

Tesla